Originally Posted by Rogerio77:
Esqueçam tanques, na selva quem decide é a infantaria. E com o CIGS estamos muito bem
Li um livro sobre a Guerra do Vietnam chamado "Matterhorn, um romance sobre a Guerra do Vietnã", de Karl Marlantes, que foi fuzileiro naval e lutou lá nas selvas.
É muito bom mesmo o livro, descreve bem o que é combater numa selva tropical. Depois de ler esse livro, fiquei com mais respeito ainda do que eu já tinha pelos soldados do CIGS.
Fica a dica do livro, que vale a pena. E segue uma resenha:
A sensação é realmente de entrar na selva. Karl Marlantes, que serviu no Corpo de Fuzileiros Navais, no Vietnã, consegue construir uma obra extraordinária. Sem concessões, a guerra é mostrada em toda sua crueldade e falta de sentido.
Acompanhando a trajetória do Segundo-tenente Mellas, desde seus primeiros dias na selva, é uma espécie de romance de crescimento, em que podemos acompanhar as transformações pelas quais o personagem passa - em sua personalidade e em seu corpo. Coadjuvantes são apresentados, tornam-se companheiros e até amigos, apenas para terem suas vidas ceifadas brutalmente, numa luta que ninguém sabe dizer exatamente por que está sendo travada.
A tensão é quase palpável, seja nas patrulhas de rotina, em cada incursão, mesmo na base americana estabelecida - em que aCompanhia Bravo, de Mellas, deve permanecer de prontidão. A qualquer momento, podem ser obrigados a partir para o meio do inferno, rumo ao resgate de algum esquadrão em perigo iminente. O monte Matterhorn, que dá nome ao romance, é visto em determinados momentos como um ponto estratégico fundamental, em outros é facilmente descartado... apenas para ter sua importância novamente definida, sendo necessária sua tomada das mãos do inimigo. Tudo ao bel prazer de algum oficial vaidoso, ressecado pela guerra. É uma luta de jovens, muitos recém-saídos da escola, a serviço de homens velhos, que estão a serviço de burocratas. Somam-se, ainda, doenças, exaustão, sanguessugas (nos piores lugares possíveis, é fato), problemas psicológicos e seríssimos conflitos raciais, dentro da própria companhia. O caldo ferve, sempre a ponto de entornar. E, acreditem, ele entorna.
Matterhorn consegue despertar emoções, o que considero que todo bom livro deve ser capaz de fazer. Você se pega odiando certos personagens e passagens, tem empatia com outros, cada companheiro tombado tem sua ausência sentida. Não há uma boa perspectiva, não há um final feliz, mas uma saída honrosa. Sem sombra de dúvida, faz jus a todos os elogios destacados na contracapa e dá vontade de reler, assim que acaba.
http://www.falalivros.com/2012/06/matterhorn.html