Qual foi a inspiração para os boxart da ESCI e outros

Bem legal.

Realmente e baseado em fatos reais ,mesmo que as vezes o soldado mude de nacionalidade ..............

O que nos faz lembrar que numa guerra, não importa de que lado se esteja, mudando a farde, somos todos seres humanos   Rapaz, ficou bonito isso, fui eu quem escreveu isso mesmo ? 

Essa é boa, não esperava que atores como o inglês Rex Harrison(o soldado destacado na caixa "Okinawa: the final clash)e o francês Jean Paul Belmondo(na caixa "Singapore: the final invasion) fossem servir de inspiração para box-arts de sets de militaria 1/72 da velha Esci...e o cidadão que está na última box-art "Ardennes: the last victory" muito provavelmente deve ter sido inspirado em John Wayne.....Vivendo e aprendendo, valeu mesmo pelo tópico seu Augusto, curti muito

Aqui tem uma entrevista, em duas partes, com o ilustrador explicando cada boxart, mas esta em francês.

http://www.esci-diorama.com/pa...ur_Esci-6767844.html

http://www.esci-diorama.com/pa...nov2013-8818774.html

Achei bem legal.

Ayres

Muito interessante.

hahaha legal!

Excelente Mestre Augusto!!!   

Taí um tópico que valeria a pena ser imortalizado, por já fazer parte da história do plastimodelismo...         

De minha parte, deverei salvá-lo no meu pc, com a devida permissão do Mestre. é claro...   

Grande abraço.

José Luiz.

Valeu José, mas o mérito é do criador do blog.

Mérito seu também, meu amigo, por descobrir essa preciosidade e compartilhar conosco...

Todo mundo sai ganhando...

Muito legal mesmo!  E isso mostra que, é recorrente tal método de ilustração.  Não sou desenhista mas me parece ser mais prático para um profissional desta área fazer uma ilustração a partir de uma foto.

Já tinha visto essa prática em livros de uniformes com ilustrações.  Muitas são feitas a partir de fotos o que é algo razoável já que em uma publicação deste gênero, o reproduzir de uma fonte real é uma maneira confiável de se exemplificar algo que realmente existiu.

Será que o Carlos Chagas viu este tópico?

Abrs a todos!!!

A Raguenet

muito legal!!!

Muito legal! Será que ainda é assim??

Pessoal: fiz uma tradução da primeira parte da entrevista.  Não está lá grande coisa pois o meu francês é meio básico.  Mas tem algumas informações interessantes.

Abrs a todos!!!

A Raguenet

Acompanhe abaixo uma entrevista com Tino Chito postada no site MODELSTORIES. Eu reproduzo aqui esta entrevista e agradeço ao seu autor e ao site pela permissão.

UMA ENTREVISTA COM TINO CHITO

Tino Chito, ilustrador para ESCI e ITALERI concordou em conceder uma entrevista sobre os seus trabalhos para a ESCI.  A entrevista foi feita no segundo trimestre de 2005 por JC Carbonel com a ajuda e assitência de Lorenzo Tonioli.

P: Bom dia, você poderia se apresentar aos leitores da MODELSTORIES?

R: Eu sou um ilustrador que trabalha em casa.  Cada ilustração é um novo contrato para mim: eu trabalho para grandes editores como Mondadori, Fabbri, Selezione, Signorelli e também para dicionários e obras educativas.  Meu amigo Ezio Giglioli que é amigo de Dino Coppola (co-fundador da ESCI juntamente com MM Agiman e Baldrighi) começou a contratar os meus serviços para a ESCI em 1972-73.  À época eu era seu assistente pois ele não conseguia atender à demanda.  Nós fizemos juntos um grande número de ilustrações em caixas (box arts) para a Esci bem como de instruções de montagem.  No início eu fazia apenas perfis e as instruções para decals e então ele me repassou as ilustrações para as box arts dos veículos e dioramas.  Quando a ESCI passou a ser ESCI-Ertl nós fazíamos todas as ilustrações junto com novos ilustradores: Tiziano Gollini (da Bréscia) , Giovanni Paulli (atualmente trabalhando para DOC Models) e Enzo Maio.

P: Qual o procedimento para se fazer uma ilustração?

R: Nem o Giglioli nem eu somos fãs de aviões ou máquinas (militares), portanto a maior parte dos desenhos eram a partir de referências, de fotos fornecidas pelos departamentos técnicos da ESCI.  Para as instruções a Italeri (bem como a Esci) me forneciam as peças (dos moldes de teste) juntamente com uma sugestão de montagem.

P: Era mais difícil desenhar as caixas dos “dioramas” do que aquelas com apenas um veículo?

R: Não, eu começava por montar os modelos que vinham dentro da caixa e depois os arrumava para compor um cenário.  Eu nunca tive instruções precisas da ESCI sobre o que deveria ter destaque.  Eu começava por desenhar um personagem em primeiro plano e depois eu construía uma ação lógica ao fundo posicionando os veículos e os personagens de maneira coerente dentro do espaço livre.  As primeiras ilustrações que eu fiz dessa maneira agradaram à Esci e então eu continuei.

P: Você fez alguma ilustração para uma caixa que não foi comercializada?

R: Não, todas meus trabalhos foram impressos.

P: Alguma perguntas sobre ilustrações específicas.  O helicóptero ambulância UH-1D ref. 8014.

R: O helicóptero em questão era utilizado pelo Exército para as missões de resgate aéreo.  Por essa razão coloquei de fundo os campos de cultivo.  Claro que a ESCI providenciou fotos dos dois helicópteros (que eram as versões fornecidas no kit) para que eu reproduzisse tais opções.

P: O canhão auto propulsado GMC M6 ref. 8040.

R: Essa é uma cena de ação já que na caixa vinham juntas as figuras em combate, pelo que me lembre, e foi por isso que eu desenhei.  O tiro do canhão (ao contrário da maioria das caixas dessa série) é para justificar a posição dos soldados.

P: Os veículos militares da série 8000/8600.

R: Nessa época (anos 70?) me foi pedido para não representar cenas violentas com mortos, com tiros e com suásticas.  Alguns países proíbem tais escolhas e era necessário criar algo que pudesse ser utilizado em todos os países.  Para tais ilustrações, eu começava a partir de uma foto de referência e fazia um esboço de uma composição para criar uma cena plausível.  Mais tarde, quando começamos a fazer a ilustração para (as caixas) dos dioramas, essas restrições não mais se aplicavam e passamos a poder colocar explosões por tudo.  Pode-se dizer que concorrentes como a Tamiya e a Revell fazem o mesmo.  Para a série 8000 originalmente tais ilustrações vinham sobre um fundo branco.  Mais tarde foi pedido a M. Giglioli e a mim para expandir tais ilustrações em alguns centímetros colocando-os em um fundo temático e que nós tivemos de criar para todos os modelos.

P: O veículo alemão ref. 8048.

R: O moinho atrás é simplesmente pelo fato de mostrar que o veículo foi utilizado na Holanda.

P: Diorama 2012.

R: Não é uma cena de combate já que não havia as figuras de soldados alemães dentro da caixa.  Havia soldados russos, um veículo russo e um veículo alemão.  É por isso que eu desenhei um caminhão alemão destruído em meio a um contra ataque russo.

P: Diorama 2021 Berlim.

R: São soldados russos durante a invasão de Berlim com o Reichstag ao fundo.  Para a figura em primeiro plano, eu me inspirei em uma foto conhecida.

P: Atores no campo de batalha?

R: Eu não acho que copiei o ator Jean-Paul Belmondo para a figura da caixa 2026...

... mas me parece que para a caixa 2022 eu representei o ator americano (N. Do T.: na realidade ele é inglês) Rex Harrison sobre uma foto do final da guerra.  Na procura de boas referências, boas fotos de época são muito utilizadas pois permitem que você ganhe tempo.

P: O trator Somua (o qual a ESCI não fabricou) na ilustração do diorama 8054 Sebastopol.

R: O trator que vem na caixa é na realidade o modelo ESCI 8054 (Sd.Kfz. 11).

Raguenet, estou vendo agora.   Dando uma lida rápida em tópicos que perdi enquanto estava no hospital, achei este bem interessante.

Pra quem queria saber, este é o método usual empregado por nós, ilustradores. Ninguém pinta tudo de cabeça, principalmente máquinas reais e coisas assim. Referências fotográficas são uma necessidade absoluta. E se não podemos fotografar pessoalmente o objeto, usamos fotos já existentes, seja de que época for.

Muito legal!

Ôpa, como não poderia deixar de ser, a mais bela inspiração do Chagas foi para esta box art. Para fazer o italiano à esquerda ele teve de recorrer à um verdadeiro símbolo da beleza masculina, por isso ficou um soldado tão bonitão 

Rogério vai se gabar disso pro resto da vida...

Estou com um idéia engatilhada para uma nova ilustração de set de figuras da Dragon. Vou precisar de modelos posando com uniforme americano do Pacífico, lá no Conde de Linhares, ao lado do Sherman. Se alguém topar....

Beleza de tópico!

Tá bom Chagas, não precisa insistir, eu sei que melhor modelo não há, vou ver na minha agenda 

E aqui está a foto inspiração para o oficial alemão, o segundo da esquerda para a direita.  Agora não sei se a foto está inversa, ou se o Chagas inverteu na hora de fazer a arte da caixa...

Abrs a todos!!!

A Raguenet

Raguenet, a foto de época não está invertida, repare o emblema da águia no lado direito da túnica.

Mas eu inverti a foto para fazer a minha ilustração, e por isso tive que transferir os detalhes da túnica de um lado para o outro, como a águia, botões, etc.

Isso, e também outras coisas aqui e ali, foram modificadas ao pintar este soldado para a tampa da caixa.

Excelente tópico.

Nem imaginava que as artes das caixas começavam por este tipo de referências.

Parabéns ao autor do tópico.

Parabéns também pelas excelentes ilustrações C. Chagas.

[]s!!!

Sim Carlos, depois que fui reparar na águia.  Mais ainda: vi que substituiu o que acho ser um porta binóculos no cinto por um coldre.  Fechou um dos bolsos da túnica (se não parece um militar muito relapso ) , moveu a Cruz de Ferro do meio da túnica para um dos lados e retirou do pescoço o que parece ser óculos de proteção.

Ah... e promoveu umas "luzes" no cabelo do rapaz...

Em tempo: os outros três foram retirados de fotos?

Abrs a todos!!!

A Raguenet

Obrigado, M (não dá para escrever teu nick no meu teclado).

Raguenet, boa observação. Só te escapou a posição de um dos pés, que também alterei para o sujeito não ficar com cada pé apontando para um lado oposto, repare só.

E sim, os outros soldados foram também baseados em fotos. Às vezes eu uso corpo de um, braços de outro, cabeça de mais outro e assim vai. Tipo Frankestein. Algumas coisas faço de memória também, não existe uma regra fixa. O mais importante é o resultado final.

Ctrl+C e depois Ctrl+V

Pq nem eu consigo escrever esse nick com o teclado configurado para português.

МиГ=Mig em russo.

Mais uma vez, parabéns pelos seu excelente trabalho de ilustração.

Me sinto honrado em ter como companheiro de fórum e hobby, tão nobre artista que estampa as caixas de umas das mais conceituadas marcas de plastimodelos.

Obrigado.

PS: onde encontro mais sobre os seus trabalhos de ilustração?

[]s!!!

Clique para ampliar as imagens.

Abraço.

Belíssimo!!!

Parabéns.

Qual a técnica que vc utiliza para suas ilustrações? Não entendo muito mas sou um admirador de box art e ilustrações de aeronaves.

[]s!!!

Primeiro eu desenho tudo a lápis, depois pinto com guache por cima, como no exemplo abaixo, feito para a Osprey.

Incrível!!!

Luz e sombra na medida.

Nunca imaginei que se conseguiria tantos efeitos com guache.

E depois, vc digitaliza em alta resolução e envia para a gráfica? Estou supondo, pois não tenho a menor ideia de como funciona.

Agora eu mato a curiosidade de como funciona o link entre artistas e as empresas

[]s!!!

Nunca achei que as pessoas que não desenham se interessariam pelo processo!

O guache não faz milagres. Tanto faz se o ilustrador usa óleo, aquarela, acrílica, giz pastel ou desenha num tablet. O que conta são os conhecimentos dele sobre tons e cores. O resto é o domínio da técnica e do material.

No caso de um original pintado a guache (como os que você viu agora), eu não me encarrego da reprodução. Apenas envio o original, bem protegido, para o cliente, e ele se vira. Uma parte dos clientes devolve o original depois. A outra compra - e aí paga duas vezes; rouba ou diz que não devolve mais!

Atualmente também uso um tablet profissional para trabalhos cujos clientes não fazem questão se o original foi pintado com tinta ou com pixels. Daí é só fazer upload do arquivo para um site e mandar o link por e-mail.

Mais tarde postarei um exemplo disso na seção "Lançamentos" aqui do fórum.

Que legal!

Pensei mais ou menos no que vc falou, mas nunca imaginei que seria assim.

Muito interessante mesmo os processos.

Como vc mesmo comenta, não importa a técnica e sim os conhecimentos.

Obrigado pela explicação.

Mantenha-nos informado de suas novas obras.

[]s!!!

Chagas: muito legal aquela ilustração da Osprey.  Legal mesmo.  Acho que não tenho este livro.  Se não me engano, é da série Men-at-arms, não é?  Para mim o pintar de uma ilustração como essa segue (em linhas gerais) os processos de luz e sombra semelhante ao pintar de uma figura, só que em duas ao invés de três dimensões.

Outra coisa: há algum tempo eu acompanho as obras de alguns ilustradores da Segunda Guerra Mundial, mas não necessariamente de box art.  Tenho alguns livros dos principais artistas como Nicolas Trudgian, Frank Wooton e Michael Turner.  Mas o que eu mais gosto mesmo é o Gil Cohen.  Suas figuras humanas são muito interessantes como no exemplo abaixo:

Tenho também um livro sobre um dos mais conceituados artistas de box art, o Roy Cross da Airfix.  Isso sem falar no Alex Huxley (Matchbox) e no canadense Ron Volstad (Dragon).  Desse último, só fico intrigado com o fato de, em muitas ocasiões, repetir o mesmo rosto dos soldados... hahahaha

Acho que já perguntei, mas pergunto de novo ao amigo: quando teremos um livro sobre a tua obra?

Abrs a todos!!!

A Raguenet

Mig, não me expressei como devia: A técnica é tão importante quanto o conhecimento. Sem ela, não seria possível pôr em prática o que sabemos. Eu quis dizer que o tipo de tinta pode variar de acordo com a preferência do artista. Existem trabalhos fantásticos feitos com cada material que citei. Só depende do domínio técnico de cada um deles. Acho que assim fica mais claro.

Raguenet, a ilustração acima pertence ao livro "German Pioniere 1939-45", da série Warriors, nº146. Escrito por Gordon L Rottman e ilustrado por mim.

Ron Volstad é um cara gente boa e já batemos papo por email em diversas ocasiões. Ele curte o meu trabalho, e eu, o dele. Uma vez ele me contou que fotografa sempre os mesmos 2 ou 3 vizinhos posando com os uniformes que coleciona. Por isso os soldados saem sempre com a mesma cara!

Isso acontece com muitos ilustradores, incluindo eu. Já imaginou como é complicado sair pedindo a um monte de gente, que não te conhece, para posar para fotos, em nome da variedade? Se for homem, ele pensa que tu é boiola. Se for mulher, ela acha que aquilo é uma cantada barata. Se for criança, pensam que tu é pedófilo. É preferível então que muita gente saia parecida numa pintura, a não ser que você possa pagar por modelos profissionais, o que quase nunca é viável.

Um livro com meus trabalhos não sei. Mas vem aí a série de pôsteres que comentei há tempos. Aguarde novos comunicados em breve.

Caro C. Chagas,

Desculpa, pois eu também me expressei mal.

Qdo disse da "técnica", é o domínio dos diversos materiais e o que mais o profissional, melhor dizendo, ARTISTA se dá bem e coloca em prática os conhecimentos adquiridos ao longo do tempo.

Obrigado por compartilhar estas informações de um universo tão fascinante que é a pintura, seja ela por qual técnica ou método utilizado.

Aguardamos ansiosos o lançamento de um livro com suas obras e também alguns posters para embelezar nossas oficinas.

Continue nos apresentando suas novas obras.

[]s!!!