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Simo Häyhä, finlandês que lutou no exército do seu país durante 100 dias, teve confirmadas 505 mortes de soldados soviéticos durante a assim chamada Guerra do Inverno.

 

É muito interessante ler-se sobre esse confronto entre a pequena Finlândia e a enorme União Soviética, principalmente na região do rio Koola, onde, em determinado momento, os finlandeses enfrentaram 12 divisões soviéticas com mais de 160 mil soldados.

 

Alguns eventos militares dessa guerra esquecida propositalmente foram marcantes.

Na hoje conhecida Killer Hill, 32 finlandeses resistiram a 4.000  soldados soviéticos, até a retirada das tropas da USSR.

 

Na batalha da estrada Raate, com tática de isolar grupos de soldados soviéticos e atacá-los por todos os lados, o que os finlandeses chamavam de motti, a perda de 400 finlandeses ficou descontada fortemente na comparação com as 9.000 baixas sofridas pelos soviéticos.

Na Guerra da Salsicha, ocorrida durante a batalha de Tolvajärvi, na noite de 10 de Dezembro de 1939, um batalhão de infantaria soviético, vindo do norte, cercou a posição defendida pelo destacamento Pajari. A manobra era potencialmente muito perigosa para os finlandeses, que estavam em menor número, muito cansados por 10 dias de combates sem descanso e com a moral começando a fraquejar pelas retiradas constantes e o pouco equipamento disponível.

Afortunadamente, para os finlandeses, os soviéticos, mal equipados e famintos, encontraram uma base de suprimentos finlandesa e pararam o ataque para comer sopa de salsicha ainda quente e devorar montes de salsichas e linguiças frescas. Enquanto saciavam a sua fome, os finlandeses organizaram um contra-ataque com reservas tiradas dos serviços auxiliares, como cozinha, serviço médico e pessoal administrativo e, entre as 22 e 23 horas daquela noite, esmagaram a força soviética. O resultado foi 20 finlandeses e 180 soviéticos mortos. Muitos dos soviéticos morreram com a boca cheia de salsichas e os bolsos carregados de comida.

Para saber mais, recomendo a obra de William Trotter, Frozen Hell, mais focado em movimentos militares, mas de fácil leitura para quem gosta de grandes feitos militares executados por pequenos destacamentos. Na internet também existem bons sites que tratam do assunto,

 

Já o pequeno Simo Häyhä, com 1m60, constitui outro detalhe impressionante dessa guerra esquecida. Usando, ironicamente, um fuzil M28 ou M/28-30, uma versão encurtada do velho projeto soviético Mosin-Nagant, ele conseguia aproximar-se das tropas soviéticas sem que fosse percebido. Infligiu tamanhas perdas ao exército vermelho que ganhou a alcunha de Morte Branca pelas tropas inimigas.

Suas táticas não convencionais de combate (como encher a boca de neve para mascarar o vapor da sua respiração) eram necessárias no rigoroso clima nórdico de inverno e foi instrumento do seu sucesso bem como do exército finlandês. O que impressiona mais ainda é que esse número enorme de mortes foi realizado em 100 dias e sem o uso de mira telescópica, já que Simo confiava mais na discreta mira de ferro do seu fuzil.

Simo preferia o fuzil soviético por ser mais ajustado à sua altura e dizia que o fuzil com mira telescópica forçava o atirados a levantar a cabeça, expondo-o mais ao atiradores do exército vermelho. Além do mais, miras telescópicas quebram e embaçam, problemas sérios nas difíceis situações de geografia e clima de inverno da Finlândia. Essa escolha pessoal impressiona por ter a maioria dos alvos de Simo sido abatidos a mais de 400 jardas (algo ao redor de 365 metros) de distância.

Ele atirava preferencialmente sentado, por ser um homem pequeno e que sentado num buraco ele ficava com um perfil muito baixo. Além, disso, tinha muito mais estabilidade.

Quando foi ferido no rosto por um atirador soviético e removido para a retaguarda, 100 dias após iniciar seu tour contra as forças soviéticas, Simo perdeu o seu fuzil e nunca mais o viu, deixando a dúvida se era um M28, como ele afirmou em uma entrevista antes de falecer ou a versão reduzida M28-30, mais adaptada ao seu tamanho, não que isso importe muito...

 

Simo Häyhä, fazendeiro, caçador, atirador de competição, patriota e herói finlandês, faleceu em 01 de Abril de 2002, com 96 anos.

 

http://www.mosinnagant.net/finland/simohayha.asp

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