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Do site batalhao de cavalaria 1927 blogspot
Excerto Retirado de: Elefante Dundum Missão, Testemunho e Reconhecimento de João Luiz Mendes Paulo.

Graças à determinação e entusiasmo do então Capitão de Cavalaria Mendes Paulo, três velhinhos carros de combate M5 A1 "Stuart" da 2ª Guerra Mundial, foram os protagonistas de uma aventura sem igual em terras africanas, ficando para a história como os únicos Tanques usados na guerra do Ultramar e os únicos a terem combatido em toda a história do Exército Português. Resgatados a muito custo do Depósito de Material em Beirolas onde enferrujavam, estes veteranos de muitas batalhas tiveram nova oportunidade de emprego. Embarcaram 3 ( o Gina, o Milocas e o Licas) para Angola em 1967, e até 1972 distinguiram-se em muitas missões de escolta e reconhecimento, sendo apelidados pelos guerrilheiros da FNLA "Elefante Dundum".Noventa M5 A1 vieram para Portugal em 1956 ao abrigo da NATO. Quando chegaram ao nosso pais, estes carros eram já obsoletos. O Exército Português estava já nessa altura equipado com os mais modernos M-24 "Chaffee" e M-47 "Patton".Produzidos em 1943, em Detroit,os M5 A1, seguiram para Inglaterra onde foram baptizados "Stuart" e preparados para a iminente invasão de França, desembarcaram na Normandia, entraram em Paris com a 2ª Divisão Blindada do General Jacques Leclerc, rolaram pela Bélgica e terminaram a guerra na Alemanha, onde receberam a rendição de Neustadt a 16 de Abril de 1945. Foram depois vendidos ao Canadá, tendo servido no Exército Canadiano como blindados de instrução até 1956, ano em que após terem sido completamente revistos, recondicionados e motorizados de novo, receberam "guia de marcha" para Portugal. Em 1967, dos noventa M5 A1 Portugueses, o Regimento de Cavalaria 6 (RC6) possuía 2, a Academia Militar (AM) tinha 3, a Guarna Nacional Republicana (GNR) tinha 20 e finalmente o Depósito Geral de Material de Guerra (DGMG) em Beirolas albergava os restantes 65, dos quais apenas 13 estavam operacionais, ou seja prontos para serviço imediato. Destes 13, apenas 10 tinham lagartas de ferro, as ideais para o tipo de terreno que iriam encontrar em África embora menos confortáveis do que as de borracha, mas mais resistentes ao desgaste. O Capitão Mendes Paulo, acompanhado de um condutor e de um mecânico, estiveram em Beirolas durante uma semana tendo sido seleccionados seis M5 (os carros já não estavam no parque mas sim no "cemitério", última etapa antes de serem desmantelados pelo maçarico do ferro velho). Os carros eram sujeitos a um primeiro exame , e se aprovados,eram tirados do cemitério para testes de andamento mais completos. Escolhidos os três definitivos, foram levados para às Oficinas Gerais de Material de Engenharia (OGME) em Belém, onde se procedeu a uma revisão completa. Na Direcção do Serviço de Transmissões (DST) foram equipados com rádios iguais aos dos M-24 e M-27. No Paiol de Sacavém estavam as munições-1.500 perfurantes de 37mm e 61.500 de 7.62mm para as metralhadoras Browning, que embarcaram com os carros no navio "Beira" a 26 de Setembro de 1967 (mais tarde foram recebidas as munições explosivas porque estas na altura estavam adstritas à GNR).
O carro ME-08-98 Milocas ficou no Grafanil, o ME-08-77 Gina em Luanda e o ME-07-70 Licas em Zala.
São hoje esqueletos de ferro ferrugento,relíquias de uma guerra muito particular. Actualmente em Portugal existem 13 M5 A1 distribuídos da seguinte forma:

-2 na Escola Prática de Cavalaria
-2 no Quartel de Cavalaria (ex-RC4)
-1 no Museu Militar do Porto
-1 no Regimento de Lanceiros nº2
-4 no Regimento de Cavalaria 6
-1 na Escola Prática de Serviço de Material
-1 (transitou do Regimento de Cavalaria 3) no Museu da Liga dos Combatentes no Forte do Bom Sucesso em Belém.
 


In "Cadernos Militares do Lanceiro n.º 3". Autor do artigo:Alexandre Gonçalves
 
 

Nambuangongo Meu Amor

Em Nambuangongo tu não viste nada
não viste nada nesse dia longo longo
a cabeça cortada
e a flor bombardeada
não tu não viste nada em Nambuangongo

Falavas de Hiroxima tu que nunca viste
em cada homem um morto que não morre.
Sim nós sabemos Hiroxima é triste
mas ouve em Nambuangongo existe
em cada homem um rio que não corre.

Em Nambuangongo o tempo cabe num minuto
em Nambuangongo a gente lembra a gente esquece
em Nambuangongo olhei a morte e fiquei nu. Tu
não sabes mas eu digo-te: dói muito.
Em Nambuangongo há gente que apodrece.

Em Nambuangongo a gente pensa que não volta
cada carta é um adeus em cada carta se morre
cada carta é um silêncio e uma revolta.
Em Lisboa na mesma isto é a vida corre.
E em Nambuangongo a gente pensa que não volta.

É justo que me fales de Hiroxima.
Porém tu nada sabes deste tempo longo longo
tempo exactamente em cima
do nosso tempo. Ai tempo onde a palavra vida rima
com a palavra morte em Nambuangongo.

                                                         Manuel Alegre
Last edited by Rogerio77
Original Post

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Kit montado pelo usuário Chauchat no Missing Lynx:

During the war in Angola in 1968, Portugal send 3 Stuart ( ex french of the 2 DB )to fight against the communist rebellion. The nickname from the angolan was Elefante Dundum. Figures Heller, Academy, heads hornet et the tank tamiya.
In the futur i will change the tracks .

Comments are welcome

A video in portuguese http://batalhaocavalaria1927.blogspot.fr/

  
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Last edited by Rogerio77

Que documentário interessante Pacheco, mais tarde verei com mais calma, por inteiro.

Este Licas era todo em verde oliva, certo ? Não parece ter nenhuma cor aplicada a mais como no reproduzido no kit que postei.

Rogerio77 posted:

Este Licas era todo em verde oliva, certo ? Não parece ter nenhuma cor aplicada a mais como no reproduzido no kit que postei.

Também camuflado, Rogério.

Minuto 46.25

https://www.youtube.com/watch?v=eWis_IbMHf4

Na foto a pintura já estaria bastante esbatida face ao clima Angolano. 

Last edited by Luis Pacheco

Atentar para as lagartas não são as mesmas do Kit , a montagem do Missing Lynx contem este engano!Conforme a descrição do artigo acima me parecem ser as T36E6, AFV fabríca

Last edited by Buhler
Buhler posted:

Atentar para as lagartas não são as mesmas do Kit , a montagem do Missing Lynx contem este engano!Conforme a descrição do artigo acima me parecem ser as T36E6, AFV fabríca

Sim, inclusive no texto do Sr. João Luiz Mendes Paulo ele deixa bem claro :

" Destes 13, apenas 10 tinham lagartas de ferro, as ideais para o tipo de terreno que iriam encontrar em África embora menos confortáveis do que as de borracha, mas mais resistentes ao desgaste."

CLEDSONSALES posted:

Acredito que não sejam as esteiras T36, pois a que está na lateral da torre é mais larga que a do carro. 

 

Amigo veja o video 12:40 minutos , são duas lagartas superpostas, elas precisam estar descasadas por causa dos links, ficando a impressão que são mais largas

Abraxo

OBRIGADO  POR  COMPARTILHAR  ...TIVE UM TIO  QUE  CHEGOU  A  LUTAR  NAS  COLONIAS...INFELIZMENTE ELE  JA´F ALCEU  MUITO  TEMPO  ATRAS (CAUSAS  NATURAIS). plastiresiabço paulo r morgado  sp - sp   

paul morgado posted:

OBRIGADO  POR  COMPARTILHAR  ...TIVE UM TIO  QUE  CHEGOU  A  LUTAR  NAS  COLONIAS...INFELIZMENTE ELE  JA´F ALCEU  MUITO  TEMPO  ATRAS (CAUSAS  NATURAIS). plastiresiabço paulo r morgado  sp - sp   

Tenho um cunhado que lutou, ele nasceu em Portugal, e bem criança seus pais vieram para o Brasil, ele muito inocente, aos 18 anos foi visitar Portugal, nunca havia tirado documentos brasileiros, e nunca tirou, sempre usou a modelo 19, quando chegou em Lisboa, do aeroporto já o levaram direto pro quartel..., quando afundaram uma lancha que ia a frente da dele e todos foram comidos por crocodilos, ele decidiu voltar ao Brasil, embarcou em um navio de carga que vinha para o Rio de Janeiro, diz ele que chegou duro aqui, mas fez questão de andar do porto do Rio a Botafogo, onde os pais residiam.

Não tem nada a ver, mas quando leio "elefante dundum" na minha cabeça começa a tocar "The lion sleeps tonight" ( Wee-ooh wim-o-weh. Wee-ooh wim-o-weh. / Wim-o-weh o-wim-o-weh o-wim-o-weh o-wim-o-weh / o-wim-o-weh o-wim-o-weh o-wim-weh. / Wim-o-weh o-wim-o-weh o-wim-o-weh o-wim-o-weh…)...

é   isso   também  afetou  o  meu  tio, segundo  os  relatos ele  teve  probelmas de adaptação  e  fez por  algunm  tempo  uso de medicação  psiquiatrica.....segundo  alguns  parentes  nunca  quis  falar  muito sobre seu  tempo nas  colonias.....também  foram vistos  casos  em civis  que  moravam  lá  e  sofreram  também com  a expulsão  forçada ..como se  vê não  é  somente  do  vietnan  que ocorreram muitos  traumas  psiquiatricos no pós - guerra...também  foram vistos  vários  casos  no ww2  pela  feb, aqui  infelizmente  não  contaram  com associações ou  hospitais de  veteranos...muitos  morreram  an  indigência  ou se  tornaram alcoolatras.....plastiresiabços  paulor  morgado  sp - sp 

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