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Originalmente publicado por fabinhoAN:
OK, mas veja o que o topico propõe, resumindo então na sua opinião Hitler não foi um bom governante, um bom administrador, não levou o bem para a população da Alemanha... veja BEM, não entremos no assunto GUERRA, só vale até 25 de agosto 1939, rsrsrs
Uma colocação, segundo vc o povo alemão só apoiou o regime de fato após Stalingrado?
Qual a porcentagem de votos que Hitler teve?
Toda a história só pode ser compreendida se visualizarmos o ANTES, caso contrário não seria história certo?
Seria mais ou menos como dizer que o PT consertou o país, a economia...
sendo que a coisa na verdade começou láaaa com o Itamar Franco.
Qual o governante não se utiliza das realizações de seu antecessor? (Ahhh isso não vale para o Brasil,kkkkkkkkkkk).
O periodo de 1933 a 1939 em termos econômicos e sociais só pode ser compreendido se analisarmos as decadas anteriores a ele - a História não é feita de partes estanques - o ontem tem profunda relação com o hoje e este vai tê-lo para com o amanhã.
Abs - Manoel Henriques
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Hitler apenas se aproveitou de toda uma infraestrutura já estabelecida e acrescentou a isso o reavivamento das industrias bélicas e as demais que dariam sustentação ao soldado no front, desculpe mas não consigo ver nisso nada que indique que ele foi um bom administrador - levar o bem para população?! desculpe, mas não consigo ver um regime que foi claramente ditatorial fazendo isso...
O povo na verdade deixou de ver com bons olhos o regime especialmente depois Stalingrado (isso quando a coisa começou a vazar, já que ouve uma forte tentativa de encobrir o desastre.)
Em relação a eleição de Hitler leia este texto que salvei a alguns anos de um site, ele é muito esclarecedor:
"Nas eleições presidenciais de 13 de março de 1932 havia quatro candidatos: o próprio presidente, o idoso marechal liberal-conservador Paul Von Hindenburg, então com 85 anos, o nacional-socialista Adolf Hitler, o comunista Ernst Thaelmann e o nacionalista Theodore Duesterberg. Os resultados foram: Hindenburg -49,6%; Hitler-30,1%;Thaelmann-13,2%, Duesterberg-6,8%. Setenta por cento do povo germânico votou conscientemente contra Hitler, conhecedor de sua ideologia e ação, manifestadas no livro Mein Kampf (Minha luta) escrito em 1923/24, após o fracasso de seu putsch da Cervejaria em Munique. Essa derrota eleitoral levou o correligionário Joseph Goebbels, que viria a se tornar o ministro da Propaganda da Alemanha nazista, a declarar em seu jornal ‘Fomos batidos, terrível resultado. Os círculos partidários estão fortemente deprimidos e desanimados.’
Uma vez que Hindenburg não tinha recebido a maioria absoluta dos votos, um segundo turno teria de ser realizado entre os três primeiros colocados. A segunda votação, levada a efeito em 19 de abril de 1932, teve como resultado: Hindenburg-53,0%; Hitler-36,8%; Thaelmann-10,2%. Parte dos votos de Thaelmann se dirigiu a Hindenburg para derrotar Hitler. Por recomendação pública de Duesterberg, a totalidade de seus partidários votou no líder nazista. Entretanto, embora a votação de Hitler tivesse crescido, ele continuava sendo decididamente rejeitado pelo povo alemão.
Em 1º de junho de 1932, Hindenburg indicou Franz Von Papen como chanceler (que corresponde a primeiro-ministro), a quem o renomado William Shirer, considerado como o mais importante autor desse período histórico, em seu prestigioso livro Ascensão e queda do Terceiro Reich descreveu como “uma figura ridícula e imprevisível”. Papen, tão logo assumiu, resolveu dissolver o Reichstag (congresso nacional alemão), convocando novas eleições, a terceira eleição legislativa em cinco meses.
Hitler e seus comparsas o Partido Nacional-Socialista (Nazional-Sozialist Partei) – nazista, que estavam determinados a derrubar a república e estabelecer um regime ditatorial na Alemanha, cumprindo o programa adiantado por Hitler em seu livro, fizeram todo o possível para estabelecer o caos nas ruas, impondo práticas indiscriminadas de violência e assassinatos com seus esquadrões armados, as SA. A situação tornou-se tão insustentável que se teve de impor uma lei marcial na região de Berlim.
As eleições legislativas de 31 de julho de 1932 deram uma grande vitória ao Partido Nazista, que conquistou 230 cadeiras no Reichstag, tornando-se o maior partido político, embora ainda minoritário num parlamento de 608 assentos.
Com fundamento nesse êxito eleitoral, Hitler exigiu que Hindenburg o nomeasse chanceler e lhe desse o controle total do governo. Otto Von Meissner que trabalhou como assessor de Hindenburg testemunharia mais tarde nos Processos de Nuremberg que “Hindenburg rejeitou a exigência posto que de boa-fé não poderia transferir o poder a um partido novo como o Nacional-Socialista, que não contava com a maioria do povo e que de resto era intolerante, indisciplinado e turbulento.”
A saída para o impasse político reinante no Reichstag foram novas eleições legislativas. No pleito levado a efeito em 6 de novembro de 1932 os nazistas perderam 2 milhões de votos e 34 cadeiras. Embora o Partido Nazista ainda se mantivesse como majoritário, era nítida a perda de terreno entre os votantes.
Tentando aplacar o caos e o impasse que se estabeleceu, o presidente Hindenburg demitiu Von Papen e indicou o general de exército Kurt Von Schleicher como o novo chanceler. Incapaz de formar uma coalizão majoritária, Schleicher pede demissão 57 dias após a sua posse.
Em 30 de janeiro de 1933, o debilitado presidente Hindenburg não mais conseguiu resistir às pressões dos setores conservadores e reacionários, acabando por indicar Adolf Hitler como chanceler. Apesar de os nazistas nunca terem obtido mais de 37% dos votos e mesmo com a minoria dos postos do gabinete ministerial e bem menos do que a metade dos assentos no Reichstag, Hitler e seus acólitos tudo, absolutamente tudo fizeram, inclusive atos de selvageria política com vistas a aterrorizar a população e os adversários, com o fim de consolidar o seu poder. Com Hitler como chanceler a tarefa não se mostrou difícil. O objetivo das classes dominantes da sociedade alemã, (como foi esplendidamente mostrado no festejado filme Cabaret, (1972, de Bob Fosse, com Liza Minelli, Joel Grey entre outros) era ‘deixe que os nazistas acabem com os comunistas que depois daremos cabo deles’ "
"Toda a história só pode ser compreendida se visualizarmos o ANTES, caso contrário não seria história certo?" (by Fabio)
Se estamos olhando para um periodo especifico da história não tem como compreendê-lo sem analisarmos o que veio antes e os desdobramentos posteriores relativos ao mesmo.
Em relação a usar as conquistas dos seus antecessores ... Hitler fez muito mais do que isso, ele as assumiu como sendo realizações pessoais (obra da propaganda perpetrada por Joseph Goebbels) o que criou este mito de que Hitler-era-um-ótimo-administrador-e-fez-muito-pela-Alemanha-antes-da-guerra ...
Abs - Manoel Henriques