RIO -O Brasil informou à Ucrânia, por meio de comunicado ao embaixador do paÍs em BrasÍlia, que vai romper o tratado assinado entre os dois paÍses para lanÇar de Alcântara (MA) o foguete Cyclone 4, cujo primeiro protÓtipo estÁ em construÇão na Europa. A empreitada jÁ custou meio bilhão de reais ao Tesouro Nacional e pode causar prejuÍzos ainda maiores por conta dos desdobramentos do rompimento do tratado binacional.
A carta que anuncia a decisão foi publicada pelo site especializado Defesanet e É assinada pelo ministro de RelaÇÕes Exteriores, Mauro Vieira. Seu envio foi confirmado ao GLOBO por uma fonte do governo. O documento foi encaminhado ao embaixador Rostyslav Tronenko em 16 de julho, poucos dias depois de uma reunião, em BrasÍlia, com a presenÇa de representantes de vÁrios ministÉrios, para tratar do impasse sobre o programa. A partir desta reunião, o assunto passou a ser tratado exclusivamente pelo gabinete do ministro das RelaÇÕes Exteriores.
No comunicado, o chanceler brasileiro afirma que "ocorreu significativa alteraÇão da equaÇão tecnolÓgico-comercial que justificou o inÍcio da parceria. E que, portanto, comunica a "decisão irrevogÁvel do governo brasileiro de denunciÁ-lo (o tratado)".
A decisão foi tomada trÊs anos depois que a presidente Dilma Rousseff recebeu diagnÓstico, elaborado pelo então ministro da CiÊncia e Tecnologia, Marco AntÔnio Raupp, apontando que o projeto não geraria os lucros projetados com o lanÇamento comercial de satÉlites a partir do Centro de LanÇamento de Alcântara, por um preÇo de US$ 35 a 50 milhÕes, a cada satÉlite lanÇado. Os investimentos adicionais para viabilizar o programa seriam altos demais, e o mercado de lanÇamentos comerciais de satÉlites não tinha espaÇo para a entrada do foguete ucraniano. O orÇamento inicial do programa era de R$ 1 bilhão. Sua primeira data de lanÇamento seria 2010. Todas estimativas estavam erradas
Em fevereiro de 2015, O GLOBO revelou que o governo jÁ trabalhava com a possibilidade de cancelamento porque o projeto não era viÁvel comercialmente.
A parceria agora renunciada pelo governo brasileiro É fruto de um tratado formalizado pelos congressos de Brasil e Ucrânia, em 2006. Nos termos do acordo, a Ucrânia pode contestar os argumentos do Brasil para desistir da parceria e, teoricamente, pode pedir o ressarcimento pelos prejuÍzos causados pelos investimentos jÁ efetuados.
Enquanto o Brasil jÁ consumiu cerca de R$ 500 milhÕes do Tesouro Nacional com a construÇão do Centro de LanÇamento de Alcântara, a Ucrânia jÁ construiu trÊs quartos do foguete, sendo que a parte mais complexa do artefato, a tecnolÓgica, ainda estava em desenvolvimento.
O GLOBO revelou, em 2010, que a construÇão do complexo espacial no Maranhão foi entregue, sem licitaÇão, ao consÓrcio formado pelas empreiteiras Odebrecht e Camargo CorrÊa, hoje investigadas na OperaÇão Lava-Jato. A concorrÊncia foi suspensa apÓs o MinistÉrio da Defesa, com uso de Decreto de SeguranÇa Nacional, cancelar o edital que jÁ havia sido publicado.
http://oglobo.globo.com/brasil...e-ucraniano-16880497
O pessoal da NASA deve estar rolando no chão de tanto rir.
SÓ para lembrar, essa menina aqui jÁ foi mais alto do que o programa espacial de Pindorama.