Felipe, num leva a mal não, mas:
"hoje está em pé de igualdade com (...) qualquer aftermarket do mercado"
porque imprime fora do Brasil, né?
Felipe, num leva a mal não, mas:
"hoje está em pé de igualdade com (...) qualquer aftermarket do mercado"
porque imprime fora do Brasil, né?
bom, o que vejo é que o pessoal (tido como pessimista) consideram impossível criar uma empresa nacional que trabalhe com plastimodelismo e só isso, nada mais. Porém, a questão é saber DIVERSIFICAR, ter algum outro produto que seja MUITO LUCRATIVO ou que pelo menos tenha um nicho de mercado maior.
Vou citar um exemplo REAL de minha infância, lá nos anos oitenta, quando residia colado ao autodromo de interlagos, em um bairro residencial de classe média. No final da rua em que residia havia uma pequena fabrica (os donos eram vizinhos de frente à minha casa!).
Esta fabrica (não recordo o nome, isso foi em fins dos anos oitenta, quando me mudei de lá em 1989) produzia brinquedos em plástico! Era uma fabrica pequena, menor que o tamanho de um quarteirão. Imagino que devia trabalhar com injetoras que a partir de um molde produziam "carrinhos" de corrida e outras coisas. Haviam alguns carrinhos de cerca de 4 a 5 cm de comprimento. Simples, compostos em peças de cores diferentes que se encaixavam, por exemplo, uma peça para o chassi, outra para a carroceria e outras quatro para os pneus. Uma outra vizinha (mãe de um amigo) completava a renda montando esses carrinhos (que vinham em sacos enormes para cada peça).
Esses tais carrinhos eram vendidos em tudo que era lugar, de pequenos bazares a até lojinhas de doces. Pouco antes de me mudar lembro que começaram a fazer carrinhos maiores, chegando aos 10 cm de comprimento mas igualmente simples.
NÃO ERAM PLASTIMODELOS, mas sim, BRINQUEDOS muito simples. Não sei se o tipo de maquinário ou mesmo a produção era similar ou poderia comportar a injeção de kits de modelismo. Enfim, com uma estrutura dessa, tendo uma fábrica que produz algo que abrange um mercado consumidor muito maior, por que não injetar algum kit (ainda que simples e menos caro) para começar a ganhar/criar novos mercados?
bom, uma coisa é certa, o sujeito que sonhar em construir uma "Trumpeter" (que só produz kits) por aqui vai quebrar a cara mesmo e nem por conta do "custo brasil" mas sim pela repulsa que existe ao produto "feito no brasil".
Anderson Salafia posted:um exemplo REAL de minha infância, lá nos anos oitenta,
Quando não havia internet, facebook, smartfones e nem video games avançados...
Não acho que exista repulsa ao produto "feito no brasil", pode me dar um exemplo?
Rogerio77 posted:Anderson Salafia posted:um exemplo REAL de minha infância, lá nos anos oitenta,
Quando não havia internet, facebook, smartfones e nem video games avançados...
havia já o ATARI, embora não tão difundido.
Havia Lego, Playmobil, Comandos em Ação e outras coisas certamente muito mais tentadoras do que plastimodelismo. Todos babavam quando chegava o natal e o momento mais esperado era o comercial da Estrela com seus brinquedos!!!!
e um pequeno detalhe, tudo é uma questão de INCENTIVAR! Hoje, plastimodelismo se converteu em uma "novidade" que se apresentada aos mais novos, certamente irá ganhar alguns novos adeptos. Falo isso pois em 20015 fiz com uma turma do ensino médio um projeto de exposição sobre a Exploração do Espaço. Além dos cartazes e montagem de um vídeo tratei de imprimir vários papermodels e distribuir a alguns alunos para montar, enquanto apresentei um Saturn V da Airfix (trouxe a caixa direto da loja para escola e abri com eles!) que eu iria montar bem como um kit do ônibus Espacial da Academy que foi entregue a alguns alunos para montarem e pintarem.
Bem, a empolgação foi grande entre eles, mesmo com celulares, redes sociais (muitos vivem curtindo as fotos dos modelos que posto!) e video games, alguns deles gastariam algumas economias em um modelo simples e barato.
bem, seja como for, parece que ao menos no Brasil veremos os ultimos "dinossauros" decretando o fim do plastimodelismo no Brasil......
Fernando Estanislau posted:Não acho que exista repulsa ao produto "feito no brasil", pode me dar um exemplo?
bom, vamos lá...
me explique por que as "grandes" da aviação usam Airbus ou Boeings em suas rotas domésticas quando um Embraer poderia fazer o mesmo com menor custo? (veja na Europa e mesmo nos EUA quantas rotas domésticas são dominadas pelos EMB.120, 145 e 190!!!!).
e isso que no caso dos jatos da Embraer, tirando o projeto que é nacional, muitos de seus componentes são ESTRANGEIROS!!!!
"me explique por que as "grandes" da aviação "
Não explico não, não entendo nada de aviação comercial e muito menos empresariado aéreo. Só porque não fazem então quer dizer que é repulsa?
veremos os ultimos "dinossauros" decretando o fim do plastimodelismo no Brasil
isso todo ano tem
Anderson Salafia posted:
NÃO ERAM PLASTIMODELOS, mas sim, BRINQUEDOS muito simples. Não sei se o tipo de maquinário ou mesmo a produção era similar ou poderia comportar a injeção de kits de modelismo. Enfim, com uma estrutura dessa, tendo uma fábrica que produz algo que abrange um mercado consumidor muito maior, por que não injetar algum kit (ainda que simples e menos caro) para começar a ganhar/criar novos mercados?
A injetora para kits é a mesma para quaisquer itens de plástico, o que varia é a regulagem da pressão que é exigida por cada forma, assim como a capacidade da injetora em função do tamanho do molde.
bom, uma coisa é certa, o sujeito que sonhar em construir uma "Trumpeter" (que só produz kits) por aqui vai quebrar a cara mesmo e nem por conta do "custo brasil" mas sim pela repulsa que existe ao produto "feito no brasil".
Quando eu citei uma "Trumpeter" por aqui, não seria uma iniciativa de um brasileiro, mas a de algum empresário chines que resolvesse vir para cá e montar essa filial, como quase aconteceu com a Tamiya...
Felipe C. Miranda posted:Anderson Salafia posted:
NÃO ERAM PLASTIMODELOS, mas sim, BRINQUEDOS muito simples. Não sei se o tipo de maquinário ou mesmo a produção era similar ou poderia comportar a injeção de kits de modelismo. Enfim, com uma estrutura dessa, tendo uma fábrica que produz algo que abrange um mercado consumidor muito maior, por que não injetar algum kit (ainda que simples e menos caro) para começar a ganhar/criar novos mercados?
A injetora para kits é a mesma para quaisquer itens de plástico, o que varia é a regulagem da pressão que é exigida por cada forma, assim como a capacidade da injetora em função do tamanho do molde.
bom, uma coisa é certa, o sujeito que sonhar em construir uma "Trumpeter" (que só produz kits) por aqui vai quebrar a cara mesmo e nem por conta do "custo brasil" mas sim pela repulsa que existe ao produto "feito no brasil".
Quando eu citei uma "Trumpeter" por aqui, não seria uma iniciativa de um brasileiro, mas a de algum empresário chines que resolvesse vir para cá e montar essa filial, como quase aconteceu com a Tamiya...
Não me referi a sua citação Felipe, quando mencionei Trumpeter, citei no sentido de se montar uma empresa que trabalha apenas com a produção de KITS de plastimodelismo, algo diferente de uma Tamiya, por exemplo que tem uma linha de R/C. Mas parece que o pessoal não entende a possibilidade de se criar ou existir uma empresa com outros produtos que sejam sua prioridade por trazer mais rentabilidade e que assim podem dedicar parte de seus esforços e recursos injetando alguns kits, algo viavel já que, como você mencionou, é possível usar uma maquina injetora para diversas funções, como fazer kits.
Até onde sei, a Estrela só existe como marca externa... foi comprada pela Mattel (assim como a Grow - que tinha jogos de tabuleiro excelentes e inexplicavelmente, sumiu...) o capitalismo é, de fato, selvagem...
Quanto ao Sr. Elaga, acho apenas que ele errou na escolha do kit... não consigo entender porque a escolha pelo Ipanema. Obviamente se vê que a simplicidade do avião, poucas curvas, etc, influenciaram decisivamente para moldá-lo, mas, em minha opinião (sem qualquer aval técnico), ele teria mais sucesso se optasse, por exemplo, pelo Bandeirante. Um molde um pouco mais difícil, mas nem tanto; lançaria o C-95 e com poucas adaptações, poderia lançar o modelo civil e o P-95. Que ainda renderiam uma revitalização com o advento das versões "M", que na época nem sei se eram cogitadas. E isso acrescentando algumas antenas, ajustando dimensões, novas instruções e decais.
Anderson Salafia posted:Rogerio77 posted:Anderson Salafia posted:um exemplo REAL de minha infância, lá nos anos oitenta,
Quando não havia internet, facebook, smartfones e nem video games avançados...
Falo isso pois em 20015 fiz com uma turma do ensino médio um projeto de exposição sobre a Exploração do Espaço. Além dos cartazes e montagem de um vídeo tratei de imprimir vários papermodels e distribuir a alguns alunos para montar, enquanto apresentei um Saturn V da Airfix (trouxe a caixa direto da loja para escola e abri com eles!) que eu iria montar bem como um kit do ônibus Espacial da Academy que foi entregue a alguns alunos para montarem e pintarem.
Bem, a empolgação foi grande entre eles, mesmo com celulares, redes sociais (muitos vivem curtindo as fotos dos modelos que posto!) e video games, alguns deles gastariam algumas economias em um modelo simples e barato.
Bela iniciativa, mas me diga, quantos seguiram no hobby ? Sem dizer que está cedo, faz dois anos, quero saber, dentro de dez anos, quantos estarão no hobby. Falo isso porque em 1998 abri uma loja aqui no Rio de Janeiro, com uma tremenda estrutura pra cursinho de plastimodelismo, onde ensinávamos como montar bem, aerografia e até os efeitos de desgaste e ambientes de dioramas . Era uma febre nosso cursinho, alguns alunos indicaram para vários amigos e tivemos mais de uma centena de aprendizes do hobby. Os trabalhos deles enchiam os eventos de plasti na época e eles adoravam o hobby. Dez anos depois apenas três ex alunos do nosso curso ainda praticavam o hobby. O bacana é que até hoje eles estão na ativa.
Pra não dizer que estou só teclando, aqui estão as fotos da loja e da área de curso, na sobreloja.
Não entendo a crise de preocupação e a imaginação nas "futuras Gerações" de plastimodelistas... (a não ser que seja comerciante)... faça o seu hobby que já estará de bom tamanho...
Wolf posted:Não entendo a crise de preocupação e a imaginação nas "futuras Gerações" de plastimodelistas... (a não ser que seja comerciante)... faça o seu hobby que já estará de bom tamanho...
Tenho 40 anos completados a dois meses e, pela ordem natural das coisas, devo durar mais talvez uns 40 anos, enquanto a maioria dos modelistas já tem mais de 50 anos de idade. Tenho certeza que, dentro de vinte anos não haverá mais eventos de plasti, simplesmente por falta de modelistas. Eu acho isso chato e triste.
Rogerio77 posted:Wolf posted:Não entendo a crise de preocupação e a imaginação nas "futuras Gerações" de plastimodelistas... (a não ser que seja comerciante)... faça o seu hobby que já estará de bom tamanho...
Tenho 40 anos completados a dois meses e, pela ordem natural das coisas, devo durar mais talvez uns 40 anos, enquanto a maioria dos modelistas já tem mais de 50 anos de idade. Tenho certeza que, dentro de vinte anos não haverá mais eventos de plasti, simplesmente por falta de modelistas. Eu acho isso chato e triste.
esse é o problema colega, enquanto uns poucos "mais novos" (30/40 anos) se preocupam com a continuidade do hobby (sim, logo haverão menos pessoas para "sustentar" os fabricantes!) um grupo já "avançado" sente prazer em elitizar o plasti, restringindo sua prática a um seleto grupo que pode se deliciar em exibir caixas e caixas de kits, aftermarkets e outras coisas carissimas adquiridas com exclusividade no exterior....
... realmente se esqueceram que começaram como qualquer um: juntando o dinheiro da mesada ou ganhando um presente de aniversário ou natal que os iniciou no hobby pelo simples prazer de colar as peças e "destruir" o kit brincando por ai.....
a menos que já se esteja chegando aos "45 minutos do segundo tempo" esperando para "abotoar o paletó de madeira", tenha uns 300 kits no armario ou pagar caro e correr o risco com as importações, o temor de ver as poucas lojas que aqui existem (virtuais ou fisicas) fecharem (se bem que os preços já se tornaram proibitivos! e os MPs estão vazios!!!!!) é mais do que lógico se preocupar com a possibilidade de ter de mudar de hobby em menos de uma década.
bom, dou por encerrado este assunto pois agora vejo o por que de ter de considerar outro hobby para a próxima década.....
Zona Franca de Manaus, acabou, e agora se chama Paraguay, empresas que quiserem produzir estes produtos que o façam por lá e revendam aqui!
A serigrafia está muito mais avançada do que se pensa, mas aqui no Brasil ninguém quer investir nos equipamentos.