Modelismo é fashion?

Discordo!

Para a maioria, especialmente europeus e australianos Airfix é sinônimo de kit. Revell é significativo para nós brasileiros e para os norte Americanos.

Concordo com a reflexão João.

Mas acrescentaria apenas um porém, se a pessoa fosse mais ligada a Europa ou mesmo a Inglaterra mais especificamente, acho que a Airfix teria um valor ainda maior que a Revell ou até mesmo a substituiria.

Abraços

Eu sou brasileiro e para mim Airfix é tão sinônimo de modelismo quanto a Revell, acho que isso vai depender da idade de cada um.

Pessoal, é mais ou menos por aí, cada qual com seu gosto, no Brasil a Revell chegou primeiro em termos de comercialização total, os outros como a Airfix eram sonho de consumo dos que conheciam, mas não da maioria. O termo "Fashion" a que me refiro tem a ver com a força das marcas (brand appeal no marketing). Se não vejamos: Todo mundo aceita e gosta dos P-51 da Academy (1/72) mesmo com os erros de perfil das asas etc. Mas a pouco tempo o patinho feio das goiabas KP (M) lançou uma explêndida série de P-51B/C completamente corretos, mas dificilmente as pessoas vão conhece-los. Falta de propaganda? Barreiras de lígua? Não sei, mas estou super feliz com os que comprei. Outro exemplo é a MPM com sua série de P-38 (1/72) muito mais baratos que os Academy (que são excelentes) e com a mesma qualidade. Gostaria que o assunto fosse ampliado para outras áreas, blindados por exemplo, com os Asuka, Rye Field etc.

Abraços

João 

Quando converso com quem não é do meio, não adianta falar plastimodelismo ou kits plásticos... mas falou "kit revell", todos sabem do que estou falando.

Exatamente.

 AQUI no Brasil, "revell" ou eventualmente "aviãozinho revell" é o que os LEIGOS conhecem.

Quando eu era criança, o que tinha da Airfix eram pricipalmente soldados escala 1/72... Meus primeiros foram uns napoleônicos com canhões e cavalos.

Vendia na papelaria da pracinha do Grajaú (Rio de Janeiro - o Valls deve conhecer a antiga "papelaria do Sr. Wildo"...). 

Mas depois disso, a referência de KIT mesmo era REVELL...

E acho que o hobby  - ainda que como "brinquedo" -  até era mais conhecido, pois vendia REVELL nas Lojas Americanas, LOBRÁS, SEARS, MESBLA...

Eh, nostalgia!

Outro exemplo é a MPM com sua série de P-38 (1/72) muito mais baratos que os Academy (que são excelentes) e com a mesma qualidade.

São o mesmo kit, o MPM é o academy reembalado. Olhe a caixa.

Concordo com o Brumbar e com o Jean, se falarmos em plastimodelismo com alguém fora do nosso mundinho, o nome que vem é Revell.

Culpa da Kikoler que inundou nosso mercado na década de 70 e que virou sinônimo de plastimodelismo.

Por ela é que a nossa turma de maiores de 40 anos começamos no hobby.

Não conheço esses kits da KP. Esses P51B/C são mesmo bons? Monta bem ou é estilo short run?

Também não conheço, mas aqui tem um review bastante completo, o cara considera o melhor P-51 B/C na escala

http://www.hyperscale.com/2015...pm0032reviewgp_1.htm

Fala, João, beleza?

Pertinente essa sua observação. Quando eu falo em modelismo para um leigo e tento explicar o que vem a ser o nosso hobby, sempre que eu recorro ao termo "Revell", as pessoas identificam na hora do que se trata. Se eu falar "Airfix", acho pouco provável que alguém identifique.

Naturalmente que entre os modelistas a coisa muda de figura. Alguns começaram com Aifix, outros com Revell e as impressões foram mais variadas.

Mas acho que no geral, pelo menos aqui no Brasil, vai nessa linha aí mesmo que vc disse. 

Abraços

Valeu Leo!

Na verdade o meu objetivo é repensar alguns mitos sobre marca e qualidade, que em nosso mundo globalizado merecem ser avaliados. O boom dos chineses e os criativos da Europa oriental merecem este olhar, não acha?

Abc

João

Sem dúvida. mas tinha outra papelaria no Catete, quase em frente ao Zaccarias, onde na hora do intervalo, ficava "namorando" os saquinhos de kits 1:72 e de soldadinhos da Airfix, já que eram caros e a grana era muito curta.

Já os kits da Revell eram vendidos em papelarias e supermercados, e tinha também o kit de tintas, Kikoler, acho.

No centro, tinha a Hobbylandia no Av. Central, que tinha esses todos e alguns importados mais caros ainda.

Valls

PS: tinha também um avião monomotor com a fuselagem prata e asas laranja, que não lembro a marca, que tive mais de um.

Concordo com o Jean,

Sempre que alguém me pergunta o que trago lá de fora, eu falo que são kits de montar, mas quando falo Revell, pronto, é instantâneo, a conversa toma outro rumo e todos lembram logo daquela época... E quando falo de outras marcas, ficam todos espantados, pois acreditavam até então, que a Revell era a única....

E de fato era...

Quando comecei pra valer no plastimodelismo, lá pelo começo dos anos 80, praticamente só havia Revell. As exceções ficavam para os poucos kits da Masterkit e da Glasilite, sem falar em alguns kits que hoje sei que eram da FROG, que vinham pelo correio, após enviar uma cartela por reembolso postal, onde se colavam diversos selos recortados de revistas, do Pato Donald, Mickey, Peninha, Zé Carioca, entre outras...

No começo, eram apenas as Lojas Americanas, Sears, Casa Slopper, Mesbla, e uns poucos na Ultralar.. com exceção da Sears que ficava em Botafogo, o resto ficava na Tijuca... Em seguida, descobri também no Shopping Rio Sul e no Barra Shopping, na época em que só havia ele lá e todo o resto era puro areal....rsrsrs

Mas foi em 81 que a coisa realmente decolou, quando fui estudar em Petrópolis, e descobri a Casa Gelli, uma fábrica de móveis na principal rua, a Rua do Imperador, que vendia no andar de cima brinquedos e roupas de cama, e onde também tinha uma daquelas árvores giratórias da Revell, repletoa de kits e também dos icônicos estojos de tintas, o azul para as foscas e o amarelo para as brilhantes... Com o tempo, surgiu outra casa na mesma rua, mas do lado oposto que também vendia muitos kits Revell... Por minha causa, os kits viraram uma febre no internato onde eu estudava, e íamos sempre na loja, todos os dias após o estudo dirigido, além do fliperama que tinha lá perto e do sebo, onde comprávamos revistinhas adultas...rsrsrs

Foi nessa época que finalmente tomei contato com outra marca e, acreditem se quiser, numa loja de roupas íntimas para mulheres!!!

Calma, não se tratava de nenhum fetiche.. Na verdade, ela ficava no fundo de um corredor do lado da Casa Gelli... Do lado desse corredor, havia uma escada que subindo, dava para um sebo, onde iniciei a minha coleção de livros da Renes... Quem conhece esses livros sabe do que estou falando... Na Casa Olga, nome da loja, estava esquecido numa prateleira, pasmem, um Yamato 1/350 da Tamiya!!! Na época uma verdadeira fortuna, cerca de Cr$24.000,00 (Vinte e quatro mil Cruzeiros!!!)...  Toda vez que eu ia à Casa Gelli e ao sebo, é claro, eu dava uma passadinha lá pra namorar o kit, até que um dia ele não estava mais lá... Tristeza geral... Apesar disso, a Tamiya, foi o primeiro kit não Revell que adquirir, na forma do Sherman M4A8 embalado aqui no Brasil, eu acho, e comprado nas Lojas Americanas, juntamente com um Polikarpov I-16 da Revell, numa época em que essa loja quase fechou as portas

Felizmente, no ano seguinte, o professor de Matemática, organizou uma excursão ao Paraguai, e foi lá que reencontrei minha paixão(rsrsrs), e tomei contato com a Hasegawa, Esci, Tamiya, Testors e Model Master...

Nesse meio tempo, eu já havia conhecido a Hobbylândia, mas achava que ela só vendia aviões e barcos de madeira e de controle remoto, mas comprava lá muitos vidrinhos de tintas de um fabricante nacional... Então conheci as demais lojas que tinham no RJ, e na volta do Paraguai foi quando realmente comecei a variar as marcas....

Hoje em dia, já não existem mais lojas por aqui, mas com a internet, pude expandir ainda mais os meus horizontes...

As lojas de SP, só vim a conhecer creio que em 2010, realizando assim um sonho antigo... Há uns dois anos atrás, conheci as de Curitiba, onde já retornei em mais de uma ocasião...

Atualmente, me dedico a colecionar o máximo possível dos kits da Revell, muitos dos quais, eu sequer tinha conhecimento... Tenho muitas outras raridades, mas os da Revell tem lugar especial...

Peço desculpas se me alonguei demais, pois não era essa a minha intenção.. apenas quis mostrar como a Revell marcou a minha vida e de como até hoje ela ainda é referência para o plastimodelismo aqui no Brasil... Espero que meu depoimento, também sirva para muitos aqui relembrarem os "bons tempos".

A única coisa que lamento, é que não a tenhamos mais por aqui e tampouco outra marca residente... Foi realmente uma época de ouro e de fartura pra todos nós...

Grande abraço a todos.

Não há alternativa. 

Para conseguir que alguém entenda o que é o hobby é preciso falar em "aviõezinhos da Revell".

Desculpas rejeitadas!

Pois não há o que desculpar!

Seu texto foi maravilhoso, me trouxe também boas recordações... Quando eu ia de férias ao Rio e passava lá na Hobbylândia, por exemplo! Também comprava aquelas tintas do vidrinho de antibiótico (sim, uma vez tirando o rótulo de uma descobri que eram vidros reutilizados (?) de antibiótico...) com rolha de cortiça... Os kits eu até encontrava aqui na Sears e Lobrás (e "menos antigamente" também tinha lojas especializadas, hoje só tem uma), mas as tintas, ao menos naqueles tempos mais antigos, eram complicadas... Eu comprava latas pequenas de esmaltes sintéticos e fazia as misturas...

Tempo bom!

Meu primeiro kit, em 1988, quase trinta anos, pintado no pincel e nem sei onde foi parar.

Comprei na Sears do Shopping Morumbi, e depois o Paulo Malzoni mudou o nome pra Dillard's e hoje no local é C&A. 

Era muito barato, pois na época eu comprei um pra mim e outro pra um sobrinho sem nem doer nada. Não sei se era barato por causa dos impostos ou se era porque era injetado no Brasil pelo Sr Arno Kikoler, mas na semana seguinte eu voltei e peguei o P-40 Kiko Heller. 

Quando esses kits eram baratinhos e não tinha a viadagem de sumir marcas de emenda e injeção com uma perfeição fudência, o negócio era realmente um hobby. 

Depois encareceu pacas e pintou o lance da perfeição competitiva. Por um lado faz sentido melhorar a qualidade, pois o trem é caro, mas por outro, perdeu-se aquela graça de sentar com o irmão, primo e sobrinho numa manhã de sábado e deixar o aviãozinho pronto na tarde de domingo. 

Era só goiabinha mas a gente era feliz. 

Concordo plenamente, meu amigo...

Se não fossem essas goiabinhas, nóis num tava aqui agora...   

Valeu, Brumbar!!!

Boas lembranças, sem dúvida...   

Abração aos dois...

Exatamente. É o que eu tenho que falar quando quero me referir ao hobby para os "não-iniciados"

Agnaldo, este A-7A eu também montei !! Bons tempos ! 

E era muito barato!

Só para constar, você compra o kit pela marca ou pelo conteúdo?

Abc

João

Aí depende, se for Tamiya novo compro sem abrir a tampa, mesmo havendo o mesmo veículo de outro fabricante dos bons. Se for Trumpeter, por exemplo, ou Hobby Boss, cada caso é um caso, ou cada kit é um kit. Tem de abrir, olhar o detalhamento e ainda procurar saber se as dimensões estão, pelo menos, boas. Aí você reza para encaixar bem. 

AVIÃOZINHO DA REVELL -   " PHANTON F-5 "

Com certeza pelo conteúdo.

Se a Tamiya não tiver um modelo da aeronave, carro ou figura que eu gosto, vou procurar do fabricante que tem.

Não monto um kit só porque o mesmo é de ótima qualidade. Se o kit do Sherman for perfeito e barato pra mim tanto faz. Não gosto do Sherman, não vou montá-lo.

Pra mim o que conta é o conteúdo + preço.  Agora na 1/32, tenho que ser muito mais complacente do que era antes na 1/48 pela menor variedade e oferta.

Nas escalas menores o modelista tem kits do mesmo avião de diversas marcas e pode escolher, até com pouca variação de preço.

Na 1/32 muitos kits são únicos e mesmo conhecendo que há erros, "é aquele ou ele mesmo"... Ou as vezes os kits perfeitos são tão mais caros que a diferença na relação preço/qualidade do segundo lugar acaba pesando muito. Por exemplo, com o valor que custa um p-51D da Tamiya, se compra tres da Trumpeter e sobra troco...

Um exemplo é o kit Ipanema do Elaga, que não tem marca famosa, não é um kit muito detalhado nem cheio de frufru e vendeu tudo, bem rápido a ponto de já ter virado mosca branca, só pelo conteúdo nacional.

Outro: Um kit fraquinho, sem detalhes, 1/72 que virou mosca branca é o EMB-312 Tucano da Premiere ou Masterkit. É raro e já vi gente vendendo cobrando valores entre R$ 50,00 e R$ 125,00 reais, Um kit fraco de monomotor pequeno à hélice 1/72 por R$ 125,00 e vendeu em dois minutos, só porque é o "nosso" tucano, e o kit não está sendo atualmente injetado por ninguém, até onde sei.

Acredito que se alguém lançar um kit do T-27(EMB-312) Tucano em 1/48 vai vender mais que cerveja ruim na baixada. 

Conteúdo é tudo.

Vivo dizendo isso, e penso até que esta nova leva de kits da Airfix poderia ter, pelo menos, o Shorts Tucano na 1/48. A Alley Cat tem um todo em resina que, pelo que acompanho em sites estrangeiros, vende muito.

Ótima pergunta.

Eu NUNCA montei "Bronco", "Svesda", "Fengda" , "Zebrano" e por aí vai....

Desde que voltei ao hobby, tenho montado militaria. Trumpeter, Dragon, Tamiya, Italeri. Não montei outra marca ainda.

Então, respondendo a sua pergunta. Compro por uma série mais ampla de fatores.

Marca é relevante ? Não.

Se eu olhar o kit e gostar muito dele ou imaginar que ele montado é muito legal eu posso comprá-lo independentemente da marca.

Se for "amor ao kit a primeira vista" eu nem quero saber a marca. Se é goiaba, se é boa, se é ruim, se vai ter um quilo de rebarbas nos sprues, estas coisas. 

Compro pelo conteúdo ?  Aí sim a resposta depende.

Os kits da Meng.....são caros mas valem cada centavo. Quer pela complexidade (não são kits para iniciantes), quer pela quantidade de acessórios "de série" que vem junto.

Tem kits que vem meia dúzia de pecinhas dentro, mas o kit sendo bem legal, não interessa. Então....o quesito conteúdo pode ou não ser pré-requisito para o kit ser interessante.

Agora a resposta.  Compro ora pela marca, ora pelo conteúdo !