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Sobre os Krupp 1 1/4 não vi nenhum registro de recebimento no EB, o mesmo para os transportes de munição e os carros comando.  O que está confirmado foram os 88, Kfz 7 e pelo menos dois reboques comando, sendo que um foi para Fernando de Noronha e outro ficou aqui no Rio e ainda deve existir pois foi adaptado em carroceria de Mercedes.

As pinturas tem tudo a ver com a alemã e foram aplicadas em fábrica, mais tarde foram repintados com "verde EB" uma tinta esmalte importada para não pegar mal com os verdadeiros aliados. Um detalhe, o EB não tinha verba para pinturas sofisticadas portanto só comprava esse verde. 

Quanto aos Thornycroft, é um assunto polêmico pois também vi os documentos de chegada mas não aparecem os modelos. Os das fotos lembram mais marcas francesas inclusive pelos para choques, estou pesquisando e depois informo. O mesmo sobre os Henschel. que tinham a carroceria curta. 

O cara de branco certamente é o Gen Dutra.

Interessante os 88 rebocados por Chevrolets já que os Kfz ficaram em Natal e Fernando de Noronha.

Abraço

João

Já pesquisei no Arquivo Nacional, eram da Agencia Nacional, mas os originais estão todos na Cinemateca Nacional em São Paulo, meu irmão de Porto Alegre conheçe tudo de lá, e ainda não estão digitalizados. Por incressa quer paível é mais fácil achar este material lá fora do que aqui...

Quanto aos caminhões serem Thornycroft acho que não tem dúvida, vejam esta foto no livro do Expedito

No nome em cima do radiador, mesmo não sendo muito visível, da para ver os T maiúsculos no início e fim do nome.

Compare com o nome no radiador do Tartar

Rogerio77 posted:

Estes meia-lagartas são Citroen-Kegresse certo ?

E talvez foram estes que serviram de inspiração para os americanos fazer o meia lagarta deles, pois militares americanos assistindo manobras francesas antes da guerra se inspiraram para fazer o americano.

Só corrigindo:

Há ainda o registro do recebimento (não sei se no Brasil ou se só em Essen - Alemanha) de 30 caminhonetes Krupp 1 1/4, sendo 24 de transporte de holofotes e 6 viaturas de comando. Estas viaturas teriam sido recebidas em 1941.

Não podemos esquecer que um dos carregamentos foi apreendido pela Marinha Britânica sendo a carga devolvida para o porto de envio, neste caso Portugal.

Pena que o documento não está legível pois poderia ser melhor identificado pela data e equipamento.

Abraço

João

JEP Annoni posted:

Observem que estes aqui tem duas metralhadoras.

E este aqui tem só uma!

Alguem tem mais imagens destes dois carros.

[]s

JEP

Eu acho que é o ângulo da foto.

Na foto inferior o brilho do paralama esquerdo é paralelo, mas o "capô" não é paralelo ao paralama - ele desce em ângulo.

Eu acredito que o brilho paralelo é do cano da metralhadora, que pelo ângulo da foto ficou coincidente com o paralama... o que acham?

João Henrique posted:

Não podemos esquecer que um dos carregamentos foi apreendido pela Marinha Britânica sendo a carga devolvida para o porto de envio, neste caso Portugal.

Pena que o documento não está legível pois poderia ser melhor identificado pela data e equipamento.

Abraço

João

Sei que em 1939/1940 foram DOIS os carregamentos de armas que os ingleses apreenderam a caminho do Brasil, e ambos foram liberados a pedido dos americanos.

 

após o segundo carregamento ter sido apreendido, ficou decidido que não seriam enviados mais carregamentos para o Brasil, ficando o material estocado aguardando condições de ser enviado para cá.

 

 

Anderson Salafia posted:

após o segundo carregamento ter sido apreendido, ficou decidido que não seriam enviados mais carregamentos para o Brasil, ficando o material estocado aguardando condições de ser enviado para cá.

Mas, depois de ter condições, não vieram, certo ?

Rogerio77 posted:
Anderson Salafia posted:

após o segundo carregamento ter sido apreendido, ficou decidido que não seriam enviados mais carregamentos para o Brasil, ficando o material estocado aguardando condições de ser enviado para cá.

Mas, depois de ter condições, não vieram, certo ?

Acho que nunca vieram... até porque logo depois azedaram as coisas na relação Brasil-Alemanha e os USA (após 7 de dezembro de 1941) passaram a ser os fornecedores de armamentos.

A história é a seguinte: os contratos de compras para 1080 peças de artilharia diversas, assim como sobressalentes e munição, com as fábricas alemãs previam entregas até 1943 mas com o início da guerra (que a bem da verdade, pegou a indústria bélica alemã de surpresa pois o planejamento era exatamente para um provável conflito somente após 1942) assim, todos os contratos foram modificados inclusive pelo fato de serem pagos com valores de bonus fornecidos pelos próprios alemães. Exemplo concreto são os 324 Krupp L34 7,5cm adquiridos do qual foram entregues apenas 64 depois de setembro de 1939 (e perigou de nem poderem ser usados pois o último carregamento a bordo do vapor Siqueira Campos, apreendido em Lisboa pela marinha britânica em novembro de 1940 tinha ferramentas, colimadores e culatras não só para os 7,5 como para os 28 Flak 88 L56 que só chegaram no verão de 1941, via Lisboa e Nova Iorque depois de uma longa negociação envolvendo os americanos) o restante foi absorvido pela Wehrmacht.  

rioartykrupp75mmpicture

MuarNas fotos acima, a primeira de canhões Krupp hipomóveis do EB e a segunda de um muar turco com a blindagem de um canhão alemão, observe a camuflagem identica aos outros veículos adquiridos da Alemanha.  

A título de refrência, as fotos abaixo são de artilharia do EB.   75mm EBKrupp 7,5cm na Vila Militar, RJ.  

75mmEmbora sem confirmação, provavelmente manobras de aceitação de um Krupp 7,5cm      

88Uma rara visão de uma bateria completa de Flak 88, provávelmente na Vila Militar, RJ.

             Minneapolis-Moline GTX 6 x 6 Artillery Tractor, nine of which saw service with the Brazilian Land Forces.

Um trator de artilharia Mineapolis-Molina GTX 6x6 dos nove comprados pelo EB.

hotchkiss-brazil-police-1960-1024x859Embora feita em 1960, a foto mostra uma Harley com side car adaptado para uma metralhadora Hotchkiss. As polícias militares receberam material descarregado do EB em seu início.

No caso dos CV33 35 serie II adquiridos da Itália, em 1938 consta que foram adquiridas 23 unidades sendo 18 armadas com  duas metralhadoras Madsen calibre 7mm e cinco armados com uma Breda calibre 13,2mm.

Na verdade, o governo Norte Americano pretendia fornecer armas para o EB mas antes de 1941 sua indústria era incipiente (basta comparar a área industrial bélica alemã, principalmente a da Krupp, que tinha uma área construída maior que a Inglaterra). Após 1941 a primeira compra não foi de armas americanas, embora viessem da lá, foram 100 canhões Vickers BL 6 Mk XIX 1916 de 152,5mm de fabricação inglesa pagos a peso de ferro velho. Um foi perdido durante o desembarque no porto do Rio e o restante diatribuído prioritáriamente (assim como os 88) para o Norte, Nordeste e Fernando de Noronha como defesa costeira. Fato interessante é que, como não havia munição o EB desenvolveu um programa de reforma e repotenciamento destas armas que garantiu não só seu uso efetivo como aumentou sua mobilidade, cadencia de tiro e alcance, coisa que surpreendeu seus antigos donos americanos. Estas armas aturaram na I Guerra e um deles, ainda com as rodas de metal originais (depois trocadas por pneus), pode ser apreciado no Museu Conde de Linhares, RJ.

152,5Peça instalada em Fernando de Noronha para defesa costeira ainda com as pesadas rodas de metal utilizadas na I Guerra Mundial.

Mesmo depois da  declaração de guerra ao Eixo pelo governo brasileiro, o fornecimento de armas, munição e outros meios bélicos sempre foi muito limitado pois a prioridade eram os britânicos e outros aliados já em combate.

Vargas foi muito hábil em negociar o uso de Natal pela troca por material bélico, coisa que preocupava o Departamento de Estado americano pois poderia desequilibrar a frágil política entre o Brasil e Argentina. Os portenhos não tiveram a mesma facilidade de negociação com os alemães simplesmente porque não tinham crédito e matérias primas em quantidade como a nossa, ficaram mais com uniformes, capacetes e a mesma ilusão de poder.

Outro detalhe, as motos que aparecem são ou da marca Indian ou Harley Davidson americanas, compradas normalmente por importadores civis para o EB e para a famosa Polícia Especial, a guarda pessoal de Getúlio inspirada nas milicias SA. 

Abraço

João

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  • rioartykrupp75mmpicture
  • 152,5
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  • Minneapolis-Moline GTX 6 x 6 Artillery Tractor, nine of which saw service with the Brazilian Land Forces.
  • Fiat CV33
  • Muar
  • 75mm EB
  • 75mm
  • 88
João Henrique posted:

 

             Minneapolis-Moline GTX 6 x 6 Artillery Tractor, nine of which saw service with the Brazilian Land Forces.

Um trator de artilharia Mineapolis-Molina GTX 6x6 dos nove comprados pelo EB.

 

Que monstro bacana !!! Eu nunca tinha visto este mastodonte, fui procurar referência e, pelo que entendi, foram fabricados só para atender ao EB, e só os que operaram aqui, então achar kit disso nem pensar. Vejam o que diz o Expedito nesta matéria.

Davi Jones posted:
Augusto posted:

Quem será o cara de Branco no Kfz 15? O presidente Vargas?

O local parece o Bairro da Glória no Rio de Janeiro.  A moto com side-car parece alemã.

A estatua ao fundo é a do Mal. Deodoro da Fonseca, na frente do Passeio Público (existe ate hoje). Ainda não havia o Aterro do Flamengo, e esses desfiles seguiam pela Av. Beira Mar, provavelmente entrando na Av. Rio Branco.

Valls

Last edited by Valls
CLEDSONSALES posted:

Detalhe para o capacete desses soldados, pois é o padrão Ingles.

Gledson, o capacete era mais do formato do exército norte americano e dos fabricados em São Paulo durante a Revolução Constitucionalista de 1932.

João Henrique posted:
CLEDSONSALES posted:

Detalhe para o capacete desses soldados, pois é o padrão Ingles.

Gledson, o capacete era mais do formato do exército norte americano e dos fabricados em São Paulo durante a Revolução Constitucionalista de 1932.

Herança do capacete francês da primeira guerra, com vinco no meio, até pouco anos atrás usados pelos corpos de bombeiros!

Guacyr. posted:
João Henrique posted:
CLEDSONSALES posted:

Detalhe para o capacete desses soldados, pois é o padrão Ingles.

Gledson, o capacete era mais do formato do exército norte americano e dos fabricados em São Paulo durante a Revolução Constitucionalista de 1932.

Herança do capacete francês da primeira guerra, com vinco no meio, até pouco anos atrás usados pelos corpos de bombeiros!

Capacete francês

  

Capacete corpo de bombeiros:

Capacete EB 1940

 

Guacyr. posted:
João Henrique posted:
CLEDSONSALES posted:

Detalhe para o capacete desses soldados, pois é o padrão Ingles.

Gledson, o capacete era mais do formato do exército norte americano e dos fabricados em São Paulo durante a Revolução Constitucionalista de 1932.

Herança do capacete francês da primeira guerra, com vinco no meio, até pouco anos atrás usados pelos corpos de bombeiros!

Ué, o Corpo de Bombeiros não usa mais esse capacete com  quebra-telhas não?

Brumbar posted:
Guacyr. posted:
João Henrique posted:
CLEDSONSALES posted:

Detalhe para o capacete desses soldados, pois é o padrão Ingles.

Gledson, o capacete era mais do formato do exército norte americano e dos fabricados em São Paulo durante a Revolução Constitucionalista de 1932.

Herança do capacete francês da primeira guerra, com vinco no meio, até pouco anos atrás usados pelos corpos de bombeiros!

Ué, o Corpo de Bombeiros não usa mais esse capacete com  quebra-telhas não?

Os do Rio e os de SP, operacionalmente usam capacete mais modernos apropriados para bombeiros, com viseira de segurança incorporada.

O antigo acho que ainda é usado cerimonialmente:

JeanFabricio posted:
JEP Annoni posted:

Observem que estes aqui tem duas metralhadoras.

E este aqui tem só uma!

Alguem tem mais imagens destes dois carros.

[]s

JEP

Eu acho que é o ângulo da foto.

Na foto inferior o brilho do paralama esquerdo é paralelo, mas o "capô" não é paralelo ao paralama - ele desce em ângulo.

Eu acredito que o brilho paralelo é do cano da metralhadora, que pelo ângulo da foto ficou coincidente com o paralama... o que acham?

Sobre a dúvida que surgiu a respeito do armamento usado nos CV-33 tankette brasileiros, com cano duplo ou simples, a algum tempo fiz um review do kit da Bronco 1/35 para a APRJ onde eu comentei sobre isso:

"Dos 23 blindados, 18 eram equipados com 2 metralhadoras Madsen de 7mm e os outros 5 com uma única metralhadora Breda de 13,2mm."                                     

Para mais detalhes leiam no final do review o texto sobre o uso dos CV-33 no Brasil:

http://www.aprj.com.br/index.p...itaria&Itemid=53

 

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