O PBY Catalina da Monogram É o único kit desta bela aeronave na escala 1/48. PorÉm o mais grave problema deste modelo É o peso das peÇas de plÁstico. HÁ alguns meses atrÁs eu comecei a montar um modelo da Monogram.
De forma inocente eu achei que as instruÇÕes da Revell Alemã estavam corretas ao indicar que 150 gramas de lastro no nariz seriam suficientes para manter o nariz do modelo no chão. Como eu pretendia montar um modelo com as marcaÇÕes da batalha de Midway eu imaginei que poderia distribuir este peso entre as naceles do motor e logo atrÁs da caverna do cockpit. Faria assim pois não queria colocar peso no nariz pois iria aparecer por causa da posiÇão do atirador de proa.
Sendo assim encontrei duas grandes esferas de aÇo que se encaixavam perfeitamente logo atrÁs dos motores e o restante eu faria uma caixinha de estireno cheia com esferas de chumbo. Ledo engano o meu. Durante o processo de montagem descobri que os infames 150 g que a Revell indica eram somente para equilibrar o modelo usando aquele suporte de plÁstico transparente que coloca-se na cauda do avião.
Dai comeÇava a minha epopeia com o lastro de nariz do Catalina. Para comeÇar eu precisava remover as esferas de aÇo instaladas nas asas. Descobri que elas estavam mais atrapalhando do que ajudando, pois a asa do Catalina tem incidÊncia positiva em relaÇão a fuselagem, e na realidade elas estavam causando momento em direÇão a cauda do modelo. Serra na mão cortei as naceles e por sorte o Araldite se soltou em contato com o Álcool isopropÍlico.
Curiosamente eu pesei todas as partes principais do modelo, sendo elas, Fuselagem com caixas de rodas, cavernas, asas e empenagem de cauda. Essa partes juntas pesam em torno de 220 gramas. Muito pesado para um plastimodelo.
Pesquisando eu encontrei um modelista nos estados unidos, Terry Dean que É especialista em fabricar lastros para modelos. Em contato com ele fui informado que o lastro que ele fabrica para o Catalina pesa em torno de 171 gramas, e É instalado logo atrÁs da caverna do cockpit. Eu tentei fabricar um lastro feito com uma caixinha de estireno mas não obtive sucesso em obter um formato adequado. A minha soluÇão foi fabricar “moedas” de chumbo fundido que pesavam cada uma em torno de 25 g cada uma. Usei 7 “moedas”, distribuÍdas de forma a não aparecerem pelo canopy. Na realidade a porÇão final do canopy possui janelas pequenas e a reflexão de luz dentro modelo não permite a visualizaÇão do lastros por elas e nem pelas janelas laterais.
Bom agora eu tinha nas minhas mãos um modelo que pesava em torno de 400 gramas!!!! Como fazer toda essa massa se equilibrar em peÇas de plÁstico que pesam pouco mais que 7 gramas????
Bom a primeira providÊncia foi tentar reforÇar as penas do trem de pouso principal com tubos e varetas de metal. Aqui nesta parte que estÁ o pulo do gato. Na minha primeira tentativa eu tentei furam a perna principal para inserir um tubo de metal no mesmo diâmetro do atuador hidrÁulico, sendo assim poderia aproveitar o brilho do cromado do tubo para reproduzir o hidrÁulico. Mas no fim não obtive sucesso, pois o alinhamento das peÇas não ficou perfeito. O grande segredo É que todo o peso do modelo irÁ se apoiar na parte circulada em vermelho. Esta parte liga a perna principal ao braÇo atuador que estarÁ apoiado no topo da caixa de roda. Essa peÇa tem pouco mais de 1mm de espessura. Fisicamente É impossÍvel sustentar os quase 400 g nela e no trem de pouso principal.
Naquele momento eu tinha um trem de pouso dianteiro modificado conforme o Catalina do modeista Wolf de São JosÉ dos Campos e um par de trens principais arruinados.
Encontrei na internet os trens de pouso da Scale Aircraft Conversion, primeira providÊncia foi vender um par de miniaturas die cast para comprar essas peÇas, elas não são nada baratas, me custaram exatos 80 reais, com a postagem inclusa. A segunda providÊncia foi mandar um e-mail bem sincero e objetivo para a Revell Alemã, o qual relatava mais ou menos o seguinte: “OlÁ, tentei reforÇar os trens de pouso do meu PBY Catalina e os estraguei, vocÊs poderiam me enviar algumas partes novas para o meu modelo?”. A resposta da Revell foi bem ao estilo alemão: “OlÁ obrigado pelo seu contato, o seu pedido foi recebido e serÁ processado, levarÁ em torno de 4 a 5 meses para ser atendido, por favor não nos escreva novamente fazendo a mesma solicitaÇão” Neste ponto o modelo jÁ estava pintado e envelhecido e apoiado sobre um cavalete de isopor, não havia mais nada a fazer a não ser montar outros modelos e esperar.
Para minha surpresa um dia chega no trabalho uma caixinha da Revell e dentro estavam todas as peÇas do trem de pouso, novinhas. Alguns dias depois as peÇas da SAC chegaram.
A primeira vista as peÇas da SAC, para mim, foram uma grande decepÇão, eu achei as pelas mal injetadas e com muita rebarba. Eu tinha esperanÇa de que as mesmas fossem rÍgidas como os trens de pouso da Tamiya, mas na realidade elas são estanhadas e neste caso são flexÍveis. Outra coisa que eu reparei, É que elas são ligeiramente retraÍdas em relaÇão as peÇas de plÁstico. Eu tentei limar uma das penas do trem de pouso e não gostei do resultado. Na minha opinião elas não tem a mesma definiÇão que as peÇas de plÁstico. Eu classifico as peÇas de metal da SAC como razoÁveis. Deixo bem claro aqui que esta não É uma verdade absoluta e retrata apenas a minha opinião.
Decidi tentar mais uma vez com as peÇas de plÁstico, mas desta vez com uma abordagem diferenciada. Dessa vez eu decidi não recortar o hidrÁulico do trem principal, mas sim, furar a perna principal em toda a sua extensão a fim de inseri um pedaÇo de clipes de papel com 1mm de espessura. Com relaÇão a parte que liga braÇo atuador a perna principal e inseri uma broca velha de 0,7mm. Uni novamente o braÇo atuador inserindo um tubo de aÇo inox de 0,75mm por toda a sua extensão e por fim coloquei uma broca velha de 0,9mm no eixo da roda. Vejam o grÁfico abaixo:
Lembre-se que os dois braÇos atuadores instalados na caixa de rodas são funcionais ou seja, eles ajudam a suportar o peso do modelo. O trem de pouso de plÁstico reforÇado com metal fica tão rÍgido que É impossÍvel quebra-lo. É importante que a broca de 0,7 mm transpasse para dentro da perna principal. O processo de colagem das partes de metal deve ser feito com superbonder. Aqui tem mais um macete. Pegue uma agulha hipodÉrmica e corte a sua ponta, adapte-a na ponta do vidro de bonder e coloque a cola dentro do furo. Não tente passar cola no reforÇo de metal, pois assim vocÊ não conseguirÁ inserir a peÇa atÉ o final do curso. É interessante tambÉm deixar uma ligeira folga entre as partes de metal e de plÁstico, a generosa camada de bonder se encarregarÁ de preencher esta folga.
ApÓs montar todo o trem de pouso, chegou a hora da verdade. Instalei o o mesmo no modelo e finalmente ele se apoiou nas rodas. O reforÇo de metal funcionou. Mesmo assim É aconselhÁvel que se mantenha o modelo sob um cavalete para que as rodas não toquem a superfÍcie de apoio. Deixe para apoiar o modelo sob as rodas nas exposiÇÕes de modelismo.
Com relaÇão aos trens de pouso de metal da SAC eu os recomendo, desde que vocÊ tenha recursos para compra-los e paciÊncia para limar todas as imperfeiÇÕes, caso contrÁrio eu garanto que o reforÇo de metal farÁ o mesmo efeito que o trem de pouso de metal.
AgradeÇo ao Terry Dean, ao pessoal da SAC ao Wolf pelas fotos fantÁsticas do seu Catalina e o meu amigo Fernando Estanislau que aguentou a minha choradeira por causa do trem de pouso por longos 3 meses!!!
Depois posto fotos do modelo pronto.