O JAS 39 Gripen é um caça criado e desenvolvido em conjunto pelos fabricantes Saab, da Suécia, e British Aerospace, do Reino Unido. O aparelho e o Saab Gripen NG são os sucessores do Saab Viggen, do Draken, e do Lansen. Gripen é o nome de uma criatura mitológica da antiguidade, meio leão, meio águia, cuja imagem também está presente no logotipo da Saab. Em português é conhecido por Grifo.
O caça teve seu voo inaugural em 4 de março de 1993. O voo de teste durou cerca de 30 minutos e atingiu uma altitude máxima de cerca de 6,4 mil metros (21.000 pés). Ele foi projetado para fazer pouso e decolagem em pistas de pouso pavimentadas de comprimento limitado, como trechos de rodovias, pistas de pouso pavimentadas de fazendas e de aeroclubes.
Embora esse tipo de emprego não seja comum no Brasil, a Saab projetou o Gripen de modo a tornar isso possível. Tem comprimento de 14,1 m e envergadura de 8,4 m (de uma ponta da asa à outra). Seu peso, vazio, é de 6,8 toneladas; completo, com armamento e combustível, chega a 16 toneladas. Seu raio de ação excede por pouco os 4 mil km.
Custo global
O Gripen NG concorreu na licitação para a modernização da Força Aérea Brasileira, conhecida como FX-2. Em 5 de Janeiro de 2010, o relatório final de avaliação da FAB colocou o JAS-39 Gripen à frente dos outros dois candidatos. O fator decisivo foi, aparentemente, o custo global dos novos caças, tanto em termos de custo unitário como de operação e manutenção.
A venda dos 36 aviões militares Gripen NG foi acordada com a Saab por US$ 5,4 bilhões. O Brasil pagará uma taxa de juros de 2,19% ao ano. O contrato envolve, além dos caças, o treinamento de pilotos e mecânicos brasileiros na Suécia, apoio logístico e a transferência de tecnologia para indústrias brasileiras, segundo o Ministério da Defesa.
Os caças serão usadas para defesa aérea, policiamento do espaço aéreo e ataque e reconhecimento e a primeira unidade aérea a receber o novo modelo será o 1° Grupo de Defesa Aérea, sediado em Anápolis (GO).
Projeto deve gerar mais de 14 mil empregos
O projeto de desenvolvimento e aquisição poderá gerar cerca de 14.500 empregos diretos e indiretos no Brasil, segundo informações divlgadas pelo Comandante da Aeronáutica, Tenente-Brigadeiro do Ar Nivaldo Luiz Rossato, durante audiência pública realizada no Senado Federal pela Comissão de Relações Exteriores e Defesa Nacional.
Rossato lembrou ainda que as empresas estrangeiras participantes do projeto vão trazer aproximadamente US$ 9,1 bilhões para o Brasil em compensações de natureza industrial, tecnológica ou comercial.
Contrato dá fôlego a fabricante nacional
A assinatura do contrato deu novo fôlego para as empresas brasileiras que atuam na área de defesa e de projetos aeronáuticos. A partir de outubro, 48 técnicos brasileiros de seis empresas embarcam para a Suécia para iniciar os trabalhos de transferência de tecnologia e desenvolvimento conjunto da aeronave.
O Ministério da Fazenda autorizou a operação de crédito externo no valor de até US$ 245,3 milhões para a aquisição dos armamentos e de 39,882 bilhões de coroas suecas (US$ 4,7 bilhões) para as aeronaves e suporte logístico.
A Comissão Coordenadora do Programa Aeronave de Combate (Copac) informou que os demais programas sob sua responsabilidade, entre eles o do cargueiro militar KC-390, os helicópteros HXBR e a modernização das aeronaves AMX e F-5, poderão sofrer readequações em função da liberação de recursos orçamentários feitos pelo governo federal.
Com relação ao programa dos caças, a Copac revelou que 350 técnicos e engenheiros da Embraer, Akaer, Inbra, Atech, AEL Sistemas, Samal e Mectron, assim como do Departamento de Ciência e Tecnologia Aeroespacial (DCTA) farão o intercâmbio para a absorção de tecnologia. A participação das empresas e instituições brasileiras no projeto, de acordo com a FAB, está prevista no acordo de compensação tecnológica e industrial (offset) assinado entre a Saab e o governo brasileiro.
A Embraer, selecionada para fazer a gestão conjunta do projeto, vai enviar 200 técnicos e engenheiros para a Suécia. A empresa também terá um papel relevante na execução do programa realizando grande parte do trabalho de produção e entrega das versões monoposto (para um piloto) e biposto (dois lugares) do Gripen NG. Esta última será desenvolvida do zero no Brasil sob a coordenação da Embraer.
A montagem final dos caças será feita na fábrica da Embraer em Gavião Peixoto, no interior de São Paulo. A aeronave possui mais de 23 mil peças e componentes. A Mectron, do grupo Odebrecht Defesa & Tecnologia ficou responsável pela integração de armamentos e pelo sistema de datalink e a Atech, controlada pela Embraer, participará do simulador. A Inbra Aerospace vai produzir a fuselagem e a AEL desenvolverá a parte dos sistema aviônicos.
A Akaer está na liderança do desenvolvimento de engenharia da parte estrutural. O engenheiro Lister Guillaumon Pereira da Silva foi designado pela Saab como chefe mundial de engenharia da fuselagem traseira do Gripen e a única pessoa autorizada pela empresa para aprovar qualquer modificação no projeto no Brasil ou Suécia.
A Akaer foi a primeira brasileira a participar do desenvolvimento da estrutura de um caça supersônico. Em abril a Saab concluiu a aquisição de 15% da empresa. Há seis anos trabalhando nesse projeto com a Saab, a Akaer vai assumir uma nova responsabilidade no programa, com o desenvolvimento da fuselagem central.
Empresa brasileira já fabrica componentes do Gripen
A AEL entregou à Saab, com sucesso e dentro do cronograma, os primeiros protótipos “Modelo A” das unidades WAD e HUD para o Gripen NG brasileiro. Em fevereiro de 2015, a Saab anunciou a seleção da AEL como nova fornecedora no Brasil. Saab e AEL também assinaram um contrato para a transferência de tecnologia. A AEL foi selecionada para fornecer o Wide Area Display (WAD), o Head-Up Display (HUD) e o Helmet Mounted Display (HMD), que serão integrados ao Gripen NG para o Brasil como parte do contrato F-X2.
O WAD para a aeronave brasileira Gripen NG é um sistema único e inteligente de exibição de tela grande (19 por 8 polegadas), redundante e multiuso, em cores e de alta resolução, com apresentação contínua de imagem, capaz de receber entradas de teclas multifuncionais, touchscreen ou interfaces externas. É a principal fonte de todas as informações de voo e missão na cabine de piloto.
A AEL também vai desenvolver um novo HUD para a aeronave brasileira. O HUD fornece informações essenciais de voo e missão para o piloto ao olhar a frente através da cabine. Já o HMD Targo é a próxima geração do equipamento, que permite que o piloto veja dados e imagens de alvos reais e virtuais, adicionando funcionalidades que aumentam a consciência situacional e a capacidade de julgamento e decisão do piloto.
A transferência de tecnologia do WAD, do HUD e do HMD para a AEL também faz parte do projeto. O escopo adicional focará no desenvolvimento da interface Homem-Máquina (HMI) para os caças avançados, juntamente com oficinas de manutenção de aviônicos.
Portal Vermelho