Heitor, boa noite.
Um pequeno histórico referente à pintura dos veículos alemães na Segunda Guerra.
A partir de uma normativa de 18 de fevereiro de 1943, todos os veículos que foram encomendados às indústrias alemãs seriam pintados com uma camada básica de Dunkelgelb RAL 7028 (amarelo escuro). Apenas pequenos equipamentos e, podemos dizer, portados no interior dos veículos, deviam manter sua cor anterior.
Sobre essa pintura básica Dunkelgelb, seriam aplicadas faixas Rotbraun RAL 8017 (vermelho-castanho) e Olivgrun RAL 6003 (verde oliva).
As tintas Rotbraun e Olivgrün eram entregues às unidades, tanto na linha de frente quanto na retaguarda, na forma de pasta, acondicionadas em latas de 2kg e 20kg, para uso com pistola de pulverização ou pincel. Elas poderiam ser diluídas com gasolina ou água, embora o uso desta última levasse a desbotamento muito rápido. O trabalho de aplicação era realizado pelas tripulações ou oficinas de manutenção das unidade e, muitas vezes, veículos com cores e padrões de camuflagem muito diferentes prestavam serviço na mesma unidade.
Para padronizar e melhorar os padrões de camuflagem, em 19 de agosto de 1944, foi ordenado que todos os veículos saíssem pintados da fábrica. O padrão, Hinterhalt-Tarnung (camuflagem de emboscada), ainda usava uma cor base de Dunkelgelb, com listras de Rotbraun e Olivgrün.
Dependendo do campo de batalha, sobre cada cor, pequenos pontos das outras duas cores eram aplicados, buscando a criação de uma aparência de sol brilhando através de folhagem da floresta. Surgiu o padrão "emboscada", cujo nome não representava corretamente o objetivo conceitual por trás do padrão de camuflagem.
Em meados de setembro de 1944, os veículos começaram a deixar as fábricas em seu primer de óxido vermelho, com apenas uma camuflagem esparsa. Em 31 de outubro de 1944, uma camuflagem mais elaborada em Dunkelgelb, Rotbraun e Olivgrün começou a ser aplicada nas fábricas sobre o primer de óxido vermelho. Além disso, Dunkelgrau poderia ser usado se Dunkelgelb estivesse indisponível. Apesar desta ordem, nunca houve qualquer evidência de que Dunkelgrau foi realmente usado.
Em 20 de dezembro de 1944, foi ordenado que se usasse uma camada base de Dunkelgrün (verde escuro), com um padrão de borda dura de Dunkelgelb e Rotbraun.
O sistema de camuflagem final usado pelos Tigres foi o de três cores
pedido em 18 de fevereiro de 1943, embora alguns veículos já estivessem sendo pintados neste sistema ao final de 1942.
A cor de base era Amarelo Escuro, e os veículos saíam da fábrica com essa pintura base. Duas cores adicionais, Olive Green (RAL 7008) – de o primeiro esquema de cores do norte da África - e Red Brown (RAL 8017) foram especificadas como cores contrastantes para permitir qualquer esquemas de cores a serem pintados. O Olive Green era um pouco acinzentado em baixo contraste e o vermelho-marrom tinha tons marrom-avermelhados.
Devido à falta de padronização na diluição, método de aplicação e outros fatores, as cores variaram tremendamente e os efeitos do desgaste e de combate as alteraram ainda mais.
Os padrões de camuflagem preferidos eram grandes "nuvens" de alto contraste ou esquemas de bandas que quebravam a forma dos tanques permitindo que eles se misturassem melhor com a área circundante. É o princípio básica da técnica de camuflagem.
Assim, apesar da padronização, em teoria, de pintura dos veículos militares alemães, quanto ao Tigers I, a pintura em três cores, sendo a básica a Dunkelgelb RAL 7028, foi comum a esses veículos até o final da guerra.
Como o kit é seu, você o monta e pinta como quiser, mas querendo alguma autenticidade, use as três cores, com o amarelo escuro por base.
Claro, como foi postado, sua montagem pode sugerir que o modelo foi um veículo recuperado a partir de peças de diferentes versões do veículo. Nas oficinas de recuperação da Henschel, de fato, surgiram alguns Tigers I, com aspectos híbridos, a partir de veículos que sofreram danos extensos demais para serem recuperados nas oficinas de manutenção das unidades. Mas para isso, como o Morgado postou, existe o híbrido da Italeri.
Quanto ao zimmerit, a postagem do Rubens elimina qualquer dúvida.
Mas o consenso geral é que um modelista deve escolher uma cor que ache que parece “certa” e ficar com ela. Simples, na verdade, mas cada um tem uma ideia do que quer que seu modelo seja. Desde que não seja pink...
Pesquise, mas não permita que isso tire o prazer da montagem. E quem lhe diz isso é um plastimodelista que vê no processo de pesquisa um prazer muito maior que a montagem em si.
Grande abraço e esperando a montagem...