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Anos cinquenta, lÁ pelos 57,58, era praxe no Natal, meus pais nos levarem para ver vitrines enfeitadas, leiam bem VER vitrines e não comprar tudo! Na Época, uma das mais bonitas era a da casa Pirani, aqui perto no bairro do Braz , zona central , pertinho do abrigo dos bondes  na Avenida Rangel Pestana. No Braz ! Dirão os mais jovens, aquilo não É uma bagunÇa? Cheia de nordestinos e bolivianos? Sim hoje estÁ medonho, totalmente desfigurado, mas nos anos cinquenta, sessenta ainda era um lugar para se levar a famÍlia, largas calÇadas, vitrines enfeitadas, cinemas, praÇas, restaurantes; Como mamãe dizia  “ local bom para fazer o footing”.

LÁ fomos, Papai dirigindo o Fordão 1946 , estacionou na avenida, perto da loja.  SÓ isso , hoje, jÁ É um conto de ficÇão cientifica, estacionar na Avenida Rangel Pestana, sem flanelinhas e bem em frente da loja. 

Amigos me lembro desta vitrine atÉ hoje, à direita da entrada, enorme, iluminada, cheia de brinquedos, um mais lindo que o outro. De cara me apaixonei pelo trem elÉtrico que corria pela vitrine, maravilhoso, cheio de vagÕes, uma preciosidade.

De cara escolhi o trenzinho como MEU presente de Natal, lÁ fomos eu e meu irmão falar com o “bom velhinho”, que sentado em seu trono fez os interrogatÓrios de praxe, foi bonzinho, não fez pipi na cama etc etc, anotado os presentes em um papelzinho, lÁ foram meus pais, jovens na Época , para o escritÓrio do Noel fazer as encomendas.

Passaram se as semanas , o dia 25 chegou, nÁ Época minha famÍlia não comemorava na vÉspera, mas sim o dia de Natal, acordamos, ou nem dormimos, seis da manhã corremos para a Árvore e lÁ estavam os pacotÕes, lindos vermelhos, dourados, cheios de fita. Desembrulhei o meu rapidamente, que alegria uma caixa com um trem, abri, montei os trilhos pelo chão, peguei a locomotiva, meio estranha! Cinza de lata, pintada, meio diferente, botei nos trilhos e ....nada , a sim era de corda!!! Tinha uma chave e um buraco ao lado, catraquei o mecanismo e ela rodou, deu duas voltas e parou!

Achei estranho, o da vitrine não parava! Falei com minha mãe que disse:

- Bem ! Papai Noel estava meio sem dinheiro e não pode mandar aquele que vocÊ pediu, mas, mandou esse que É muito lindo.

Conformado, fui lÁ e brinquei com esse trenzinho uns trÊs anos.

Hoje, relembrando, imagino que o escolhido deveria ser um Lionel escala O, e o recebido, agora eu sei, era um Metalma de lata e de corda. Mas foi meu mais lindo trenzinho brinquei anos com ele, os trilhos se foram , a corda emperrou , mas ele continuou operando regularmente, levando carga e passageiros para as estaÇÕes  da minha infância, nunca se atrasou um minuto sequer!

AbraÇos amigos e um feliz Natal e com lindos trenzinhos da marca que puder ser.

AmaurÍ Cascapera

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Caro amigo, boa noite.

São por momentos como esse que ficamos mais confiantes no futuro da Humanidade.

Um grande abraço e um ótimo Natal ao amigo e família, com ou sem trenzinhos, mas com muita Paz, Alegria e Esperanças.

Caro Amauri,

Suas lembranças são parecidas com a minha e o trem foi o mesmo. Década de 50 tb, mas um pouco mais cedo, lá por 1955. Eu tb era apaixonado por trens elétricos, mas um Lionel ou Marklin estava fora do alcance de meus pais. Ganhei tb um Metalma de corda, só que de passageiros. Todo cinza e acomodado em uma bela caixa amarela e azul. Vinha com trilhos, estação, sinal, passarela de pedestres e túnel. Tudo em metal.

Feliz Natal!

 

Amauri

Fiquei muito emocionado lendo sua narrativa e relembrando minha infância. Os pedidos e anseios são relativos e diferente para cada um, em sua própria escala de tempo, os meus foram a partir da segunda metade dos anos 60, na época, ir ao centro de Porto Alegre se avizinhava a sua historia. Vitrines lindas, preparadas e decoradas com esmero. A expectativa do natal, ficar acordado a noite inteira esperando o amanhecer, abrir presentes e não parar mais de brincar, esta sensação sim, é a mesma para todos, e acredito que até hoje.

Feliz Natal 

Ótima lembrança de Natal.

Lembro que uma vez meu pai trouxe 2 kits pra mim. Um Me-109 e um P-47. Nem me lembro a escala ou a marca. Acredito que fossem da Revell na 1/72.

Pintei o Me-109 todo de preto e o P-47 de prata. Tudo no pincel. Lembro que joguei os decais todos ao mesmo tempo na água. Depois coloquei conforme meu gosto pessoal e fiquei brincando com eles com a tinta ainda grudando nos dedos.

Também lembro do meu pai, que gostava de montar aeromodelos bem cedinho pra ninguém incomodar. E eu ficava de longe sentindo o cheiro da cola aerobrás e do dope para entelar as asas.

Engraçado como essas coisas "grudam" na memória.

Eu também tive minha história com trenzinho, se eu não me engano era da Troll, o Flecha de Prata, brinquei com ele por uns bons anos, mas o que mais marcou foi a " Jamanta  comando eletrônico " , ganhei ela mas esqueceram das pilhas e demorei uns 4 dias até que as lojas abrissem e tivesse pilhas para comprar, ai brinquei com ela até as pilhas acabarem, bons tempos .

PS: Nessa época os postos de gasolina fechavam na sexta é só abriam na segunda, tó velho !!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!

 

Feliz natal a todos

Nordestinos e bolivianos não são gente, porra? Os colegas de hobby do nordeste (tem bastante aqui no fórum) devem se sentir confortáveis pelo respeito que demonstram pelos seus conterrâneos.

Eu acho que são gente muito boa  e gente fina, sou casado com uma baiana, e médico de vários bebes bolivianos,  apenas repeti uma frase dita  sobre o Braz atual, na verdade são apenas pobres e explorados ( muitos pelos próprios patrícios) e o bairro do Braz os acolheu,  primeiro os italianos e portugueses, depois os nordestinos e atualmente sul americanos e muitos orientais, mas este últimos, pelo que vejo, tem mais dinheiro.

O bairro do Braz é um dos mais antigos de São Paulo, e graças a ferrovia (a inglesa)  teve um pico de crescimento incrível no inicio do século 20, mas sempre industrial e comercial, e com muito movimento. Minha família era de Italianos e Portugueses,  iniciaram sua vida no Braz.  ainda temos ( moro no Belenzinho que é uma república vizinha ao Braz)  as vilas operárias antigas que sobraram por aquí, A mais linda é a vila Maria Zélia perto da rua Catumbí, venham conhece la.

Aquí no Belenzinho, temos uma comunidade de Bolivianos enorme, são bem unidos, fazem festas, jogam futebol e fazem muito churrasco, o comercio local já está se adaptando, inclusive com placas em Castelhano, peluquerias temos muitas. mas vivem muito mal, sem documentos, sub empregados, morando em cortiços terríveis e muitos com trabalho escravo em oficinas de costura clandestinas. 

Não tenho nada contra eles não sou xenófobo nem territorialista. Só não aceito médico cubano SEM DIPLOMA.

Abraços e feliz Natal a todos.

 

Boa tarde.

Por favor, senhores, não tomemos a frase postada fora do contexto.

Apesar de soar mal aos meus ouvidos, e soou, eu entendi perfeitamente a sua colocação. Em PoA, há uma área central assolada pelos usuários do crack e relacionar esse fato atual com o passado de paz e tranquilidade que existia ali, não configura nenhuma linguagem imprópria, preconceituosa. É apenas a constatação e a expressão de um fato.

O que o Amauri fez, e os que residem nas proximidades do local ou o conhecem podem comprovar, foi usar uma liberdade de expressão (Dirão os mais jovens, aquilo não é uma bagunça? ) para mostrar um fato. Nada nessa liberalidade criativa configura-se um discurso de ódio.

O tópico tem todo um objetivo, todo um contexto e nós, por respeito a ele, devemos nos ater a esse significado.

Um grande abraço e um bom fim de ano a todos os homens de Boa Vontade... e às suas famílias.

Companheiros, na minha intenção ao repetir o texto que fora escrito por Amauri foi realmente trazer um alerta. Não creio que ele seja preconceituoso ou não, muito pelo contrario não o julgo, quem sou eu pra isso. Quis apenas demonstrar que todos nós temos certos "vícios" e não nos alertamos para isso. São como frases "um cara negro mas muito honesto"  entre outras, que falamos sem perceber o qua acabamos de dizer, ou escrever. É então uma boa época para que nós pensemos bem e neste ano de 2016 comecemos uma nova visualização de fatos e tudo mais que nos rodeiam.

Sim, nesta visualizações comecemos a entender o que se passa e mesmo que não nos agrade ou que concordemos com o que vemos sejamos, como diria, benevolentes, com nós mesmos.

Muita Paz, Saúde, Seriedade e Sabedoria neste 2016.

Que venham os kits.

Tive um trem elétrico que tinha duas locomotivas uma diesel elétrica e outra a vapor, que ganhei usado de um primo mais velho que cansou do brinquedo e depois um trem da Troll, mas loja de  brinquedo que sempre me chamou atenção e sempre que ia ao centro fazia questão xeretar as vitrines mesmo depois de adulto foi a Loja de Brinquedos a Feira de Leipzig.

 

Só um detalhe Amauri. Ali onde ficava a Pirani já é Celso Garcia e não mais Rangel Pestana.

Lembro claramente que iamos até lá de bonde.

De lá vieram também alguns dos presentes de Papai Noel que muito marcaram as infâncias de meu irmão e minha.

 

 

[ ]s.

Muito bacana essa maquete de Natal meu amigo. Parabéns! 

Uma das coisas boas do Ferrorama, pelo menos na época em que estava em alta, era a possibilidade de adquirir peças avulsas e expandir um dos conjuntos básicos. Fiz isso com meus filhos e conseguimos montar alguns traçados legais.

Sou mais "novo", e era da outra turma, dos Autoramas, não sei porque, ferrorama nunca seduziu eu e meus irmaos, acho que porque desde cedo fui influenciado pelo pai/tios no automobilismo, acompanhar F1 e gostar de carros e andar rapido. E por isso só monto Avioes civis/carros hehe. Nao conheco ninguem que tinha ferrorama, mas autorama... era febre, juntavamos 4 pistas da estrela e faziamos merda, era tempos heroicos... quandoi queimava a fonte tinha que mandar um cara fazer ela de novo. O paraíso aqui em Curitiba era a Fedato, onde iamos comprar peças e sonhar por aceleradores/carros sebring e Miura. 

 

Realmente tinha essa  dúvida, a Celso Garcia começa no antigo abrigo dos bondes, certo?

Outro dia, achei outra relíquia de outrora, fui estacionar na região do gazometro. em Sampa, entrei em um estacionamento que parecia uma ruina de palacio bizantino,um prédio enorme, gigante mesmo, com colunas ao redor sem tetos e só paredes, muitas pastilhas e mosaicos, fiquei de queixo caído com a monumentalidade da tranqueira, sabem o que era no passado? o cine Piratininga,  deveria comportar umas 3000 pessoas.

 

 

 

 

 

O cine Piratininga fica na Rangel Pestana ao lado do "viaducto"  !!!!

Paulors, tive um parecido com este que você postou. Brinquei muito com este trenzinho até acabar...fui uma criança muito feliz na minha infância, graças a Deus aproveitei muito, muito mesmo. Essa foi uma das fases de minha vida que sinto muitas saudades, dos 7 aos 15 anos (antes disso não me recordo bem) foram anos dourados mesmo. Não tenho do que reclamar.

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