Outro problema é dizer que os rebites eram emassados como eram no P-51, dizer isso é um completo desconhecimento dos motivos.
O P-51 foi o primeiro avião de produção em que se procurou aumentar o fluxo laminar sobre a asa, mudando seu perfil aerodinâmico. Até ele todos usavam mais ou menos o mesmo perfil em que o descolamento da camada limite acontecia a uma distancia do bordo de ataque da asa entre 5 e 20% do comprimento da corda, já com o novo perfil os projetistas esperavam que o fluxo laminar ocorresse após percorrer 50 a 75 % do comprimento da corda. O fluxo laminar causa muito menos arrasto que o fluxo turbulento.
O problema é que fluxos laminares são muito instáveis, sendo facilmente tornados turbulentos por imperfeições na superfície de contato. Assim para diminuir este efeito os projetistas sugeriram que as emendas sobre as asas do P-51 fossem emassadas, de forma a que as imperfeições das junções não interferissem no fluxo.
Como se pode ver, fazer o que o Bretas mostrou, nas asas de um 109, principalmente na parte de trás, seria inócuo, tendo apenas um valor para melhorar a moral do piloto, sem nenhum ganho aerodinâmico. Ao contrário,só fazia aumentar o peso do avião. Se isto não era só feito no campo, mas também na fabrica, então os engenheiros alemães não eram assim tão bons como se pensa.
Vale lembrar que mesmo no P-51 não se atingiu o esperado, pois somente o efeito da chapa, ligeiramente ondulada, é suficiente para desestabilizar o fluxo laminar.
Para quem gosta do assunto este livro é muito bom, mas precisa de algum conhecimento de mecânica dos fluidos para entender tudo.
O único senão, é que dá uma importância exagerada aos feitos americanos, deixando os outros países em um afastado segundo plano.