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Resolvi fazer este GB da forma mais didÁtica possÍvel, passando informaÇÕes mais claras e descrevendo melhor cada passo. Vai ser mais voltado para os iniciantes, então me perdoem os que jÁ conhecem o que vai ser dito.

O Kit inscrito no GB serÁ acompanhado de um canhão 88 mm Flak 18, jÁ que os dois formavam uma dupla das mais conhecidas da segunda guerra.

Os modelos



Algumas fotos de referÊncia para quem não conhece.








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Last edited by Augusto
Original Post

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O primeiro passo para se montar um modelo é tirar as peças das arvore. Pode parecer estranho, mas fazer isto corretamente vita um monte de problemas e trabalho desnecessário.

O método mais conhecido e que todo iniciante usa é simplesmente torcer ou balançar a peça até que ela se solte. Isto é muito arriscado pois pode deformar ou mesmo quebra a peça. Então vamos a métodos um pouco mais "sofisticados"

1- Usar um estilete

É o método mais barato e funciona bem, os incoveninetes além, do risco de cortar o próprio dedo (que modelista já não fez isso?) tem problemas em peças pequenas. Como nem sempre é possível apoiar a peça sobre uma superfície de apoio as vezes ao forçar o corte se quebra a peça. Assim é melhor sempre usar uma lâmina nova para este serviço. ( Ok a minha não é exatamente nova, mas eu uso outros métodos)







2- Usar um alicate de corte plano ou reto.

Esta é uma solução mais segura e em muitos casos dá um corte bem limpo. Mas lembre-se de que tem de ser um alicate de corte reto, os de corte oblíquo não servem. O incoveniente é que nem sempre há espaço para se inserir o alicate e as vezes quando o plástico é muito macio a peça pode sofrer algum dano. Em plásticos muito macios a solução 1 é mais recomendada. Um bom alicate também não é barato, mas vale o investimento.





3- Pinça cortadora

Esta solução junta as duas primeiras numa só e é a minha preferida. Infelizmente nunca vi uma ferramenta destas por aqui que tivesse um mínimo de qualidade, só importando. As vantagens são claras, tem o alcance de um estilete e a facilidade de corte do alicate, só não recomendo para cote de peças muito grossas, ai é melhor usar o alicate.







Cortadas as peças vamos a mais chata tarefa do modelismo, acertar as rebarbas que ficaram dos pontos de ancoragem das peças nas árvores. Por melhor que seja o seu corte sempre sobra uma ou outra rebarba para tira, aqui vou usar as rodas que acabei de cortar.
Para isso vou usar uma lixa de bloco que pode ser comprada em casas que vendem produtos para manicura, se tiver vergonha peça a sua mulher, namorada, irmã, mãe para comprar. Como o nome diz é uma lixa que vem colada num bloco e que facilita bastante o manuseio. No meu caso é uma de 4 lados com 4 lixas diferentes variando da mais grossa até a que serve para o polimento.

O segredo aqui é não fazer força. A lixa é feita para se acomodar ao contorno das unhas e se você fizer força vai acabar com uma superfície arredondada. Claro que para superfícies curvas é muito recomendada.

Existem alternativas como lixas de unha comum, ou mesmo limas. Fica a critério de cada um ver com o que se adapta melhor.

Então com toda paciência do mundo acertamos as rodinhas.



Este kit é bem antigo (se você for esperto e só comprar coisa novas vai escapar deste tipo de coisa) e também tinha rebarbas internas. Neste caso as lixas não resolvem. Então aqui temos duas abordagens.

Rebarba que não se alcança com a lixa e em furos irregulares se resolve com diferentes tipos de estiletes.





Neste caso um estilete de ponta mais fina.





Já no caso de furos redondos sempre vem a idéia de se enfiar o estilete e rodar. Isso pode funcionar, mas a mão tem de ser muito firme. Qualquer inclinação no estilete e o furo vai ficar deformado.

Neste caso o melhor é usar pequenas brocas de cabeça redonda que se compra em lojas que vendam material para relojoeiro/ourivesaria. O melhor é ter diversos tamanhos já que elas custam muito barato.





Aqui têm várias e de outros formatos para usos mais específicos, que explicarei depois.





Serviço pronto vamos guardar estas rodinhas já que peças pequenas tem o mau hábito de sumir da bancada quando não estamos olhando. Para isso é sempre bom ter uns potinhos, de preferência com tampa.




Neste intervalo uma palavra sobre as colas que vão ser usadas.

As colas para estireno são fusoras, ou seja, elas colam fazendo com que o plástico das duas peças que se pretende juntar, derreta e se misture. Quando a cola evapora o plástico unido volta a endurecer e a união esta formada. Um erro muito comum dos iniciantes, ao ver que uma peça não fica no lugar, é adicionar mais cola. Isso só vai fazer o plástico derreter mais e piorar as coisas, além do risco de acabar deformando a peça. Então paciência e espere a cola evaporar para a união ficar firme. Se for preciso prenda as duas peças enquanto a cola "seca". Vamos ver isso mais adiante.

Nesta montagem vamos usar dois tipos de cola.




Ambas são colas líquidas, mas com viciosidades diferentes. Isto quer dizer que uma é mais "grossa" que a outra.

A Revell é bem mais espessa.



Já a Polly é líquida como água.




Mas porque dois tipos de cola?

Elas vão ter funções diferentes de acordo com as suas características. A cola "grossa" evapora mais lentamente, então derrete mais o plástico e com isso fornece uma junção mais forte, além disso, permite que se cole superfícies maiores. Já a cola mais "fina", por evaporar mais depressa, derrete menos o plástico e por isso é indicada para peças muito pequenas que poderiam se deformar com o uso de uma cola mais forte.

Além destes dois tipos existem outros tipos de cola. Cola para estireno em forma de gel, mais forte ainda por evaporar mais lenmtamente, e as colas tipo superbonder. Tudo vai depender da experiência e adaptação de cada um.

Como alternativa barata para a cola mais fina pode-se se usar um líquido usado par dentistas para fazer moldes de acrílico. O JET. Lembre-se que para este uso voçê só precisa do líquido e não do pó que é vendido separadamente.





Dica: Se ao colar uma peça a cola se espalhar por onde não devia, resista a tentação de tirar o excesso passando o dedo ou alguma outra coisa. Ela já vai estar amolecendo o plástico e a chance de arruinar algum detalhe é grande. O melhor é na fazer nada e esperar que ele evapore, acredite os danos serão menores e mais fáceis de reparar. Se o excesso for muito grande tente remover apenas encostando-se à cola a ponta de um papel absorvente.


Dica 2 – Para iluminar a bancada eu uso aquelas lâmpadas eletrônicas, dão boa iluminação e não faz você se sentir como se estivesse numa sauna. Eu prefiro as amarelas (2700K) de 23 w.






Por enquanto é isso, espero que seja de alguma utilidade porque está dando um trabalho danado. Maneiro !!!!
quote:
Originalmente publicado por Marcello Pelliccione:
Augusto, excelente iniciativa! Também sugiro armazenar o mesmo "tutorial" para iniciantes em algum outro site, pois aqui não ficará fixo, e fatalmente vai desaparecer com o tempo.


Olhaí, Senhor Presidente.
Fala com o Ed para que fique armazenado no Site da APRJ, né?
Eu estou começando a aprender agora e ainda não montei nenhum kit. Pois estou querendo aprender um pouco antes de começar e fazer" caca". E justamente esses dias, bem quando vc começou esse topico, eu estava até pensando:- Pô! Eu nem sei por onde começa.. sei que a primeira coisa seria tirar as peças (agora já sei que vcs chamam de "arvore",rsrs) e será que tem um jeito especial para isso? É logico que eu sabia que se torcesse as peças elas sairiam, mas seria esse o jeito certo??? Será que depois não ficaria uma rebarba e não poderia??? Ou teria mesmo que ficar.. Sei que essas duvidas podem parecer tão bestas pra vcs que já estão na arte á tanto tempo( e a gente acaba ficando até com vergonha de perguntar..) E justamente aparece esse trabalho tão legal que vc, Augusto está fazendo e começa bem pela duvida que eu tinha( é logico que vão aparecer mais milhoes de duvidas, mas já vi que aqui vou conseguir matar todas, rsrs
Cara!! Vc está de parabens pela iniciativa pela utilidade que ela tem para nós iniciantes e que queremos fazer da forma mais correta. E parabens principalmente pela humildade de se dispor á gastar seu tempo e dedicação em passar adiante seu conhecimento da forma mais básica e clara possivel. Obrigado!!
Putz! Se eu não conseguir aprender como se faz, desse jeito aqui, então terei que desistir hahaha
Um grande abraço!!
Bom pelo que estou vendo a recepção foi boa Legal !!!, agradeço a todos pelas palavras de incentivo o que só aumenta a responsabilidade. Tomara que de conta do recado.

Antes de prosseguir com a montagem vou tocar numa dúvida por que passa todo mundo que inicia, pintar as peças antes ou depois de tirar da árvore?

Existe uma tendência natural de no início se preferir pintar as peças ainda na árvore, ela fornece um modo fácil de segurar a peça firme durante a pintura, eu mesmo no começo fazia assim e ainda tem pessoas que preferem este método.

No entanto com o tempo se percebe que este método tem algumas desvantagens. A mais óbvia, como já vimos é que depois de retirada da árvore a peça sempre precisa de um acabamento para acertar as rebarbas, além disto os encaixes nem sempre são precisos e precisam de ajustes, seja cortando a peça, seja preenchendo as frestas com produtos especiais que veremos mais a frente. As colas fusoras em geral atacam as tintas e este é mais um problema. Assim diante de tantos perigos Maneiro !!!! é mais seguro montar tudo primeiro, fazer os ajustes necessários e só depois iniciar a pintura. Neste ponto você deve estar coçando a cabeça e pensando como se pode pintar todo um modelo depois de montado? Claro que existem exceções, como interiores, mas no geral um modelo pode sim ser todo pintado depois de montado, é isso que vamos ver aqui.

A regra de ouro é: O que você não consegue pintar depois de montado, ninguém cosegue ver. Maneiro !!!!

Apenas como um exemplo inicial, coloco estas fotos de um Panzer III 1/72 mostrando como estava antes e depois de pintado.






Bom por hoje é isto, desculpem se não foi uma parte muito ilustrada, mas esta semana está difícil, e de qualquer forma era preciso abordar este tema.

Ps. Talvez este tópico esteja tomando um rumo um tanto diferente de um Gb convencional, se for assim não vejo problema em mudar o tópico para outra seção.

Ps2. Como é uma montagem voltada para iniciantes qualquer pergunta é pertinete. Coloquem suas dúvidas sem qualquer reserva, isto aqui é local para aprender (tanto quanto eu possa ensinar) e quem não pergunta não aprende.
Excelente iniciativa , Augusto...

Sua experiência e exemplos devem ser transmitidos, ainda mais na escala mignon...que é bem mais complicada...


Parabéns !!!!!

Transforme isto num artigo, pois com o tempo, este conteúdo todo dança....
Eu prefiro pintar tudo depois pelas razões que expus acima, mas certamente dá trabalho.

Rodeios e esteiras certamente podem ser pintados antes. Tudo é uma questão de hábito. Não existem regras fixas, cada um deve fazer como acha mais confortável.
Last edited by Augusto
Essa realmente é uma questão do tipo ovo e galinha. Maneiro !!!!
Já vi vários montadores prós com opiniões diferentes. Quando comecei a montar segui a dica do Augusto e comecei a montar tudo antes e depois pintar. Achei interessante esse ponto sobre cola e tinta não se darem bem, e comecei a fazer o mesmo. É muito mais fácil reparar um excesso de cola numa peça ainda não pintada do que numa pintada. Como eu disse quando comecei o Augusto me deu essa dica, e dando uma olhada nos livros do Alex Clark vi que ele também montava assim. Mas recentemente dando uma folheada no livro do Mig Jimenes, ele diz que não se deve montar a esteira antes de pintar. Então acho que cada um deve fazer o que achar mais confortável.

BTW, Augusto muito boa a iniciativa. Merece virar artigo com certeza.
Augusto,

Ótima iniciativa!

Eu estou fazendo um Panzer III da Revell(1:72), o meu primeiro tanque nessa escala. Resolvi pintar a esteira na arvore e vi que vai dar um trabalhao p terminar! Meu proximo kit eu vou montar tudo antes.

Valews!
Vamos retomar o projeto montando os rodeios.

Como este modelo permite vou colocando os rodeios sem nenhuma cola para verificar todos os ajustes



Com todas as peças no lugar vem a hora de usar a cola bem líquida que ajuda muito no processo. Aqui basta usar um pincel comum, nem é preciso limpar depois, este tipo de cola evapora muito rápido e não deixa qualquer resíduo nos pelos. Às vezes fica um pouco de plástico derretido grudado neles, mas ai é só mergulhar novamente na cola que tudo fica limpo novamente.





Com o pincel embebido em cola basta encostar nos pontos de contato da roda com o eixo que por capilaridade a cola vai se depositar nas reentrâncias formando uma soldagem limpa ainda que não muito resistente.



Aqui os rodeios já montados



Fazemos então uma verificação se tudo está certo, caso haja algum problema a fraca soldagem vai permitir que se desmonte as rodas sem muitos problemas. Primeiro verificamos o alinhamento com uma régua de alumínio



Para verificar se todas as rodas estão tocando igualmente o solo nada melhor que uma superfície de vidro que, aliás, é o que forra a minha bancada. É resistente, fácil de limpar e boa para apoiar coisas que se precisa cortar.





Terminada a suspensão traseira vamos dar uma olhada nos photoetch. Photoetch são pequenas placas metálicas esculpidas com eletro-corrosão que permitem uma grande fineza de detalhes em peças planas, principalmente quando se trata de grelhas e afins. Não são acessórios baratos (muitas vezes custam mais do que o modelo) e nem fáceis de se trabalhar.

Aqui a folha feita especialmente para este kit fabricada pela PART.



Separar as peças de photoetch das arvores é um trabalho que deve ser feito com muito cuidado principalmente quando são peças muito pequenas. Elas tendem a sair voando e somem. Minha forma preferida é passar um estilete cortando a ligação entre a peça e a arvore. Cuide de manter a peça sempre bem presa para evitar que saia voando por ai.



Depois de cortadas, as rebarbas que ficam podem ser removidas com uma lima bem fina. Lembrando sempre de usar a lima no sentido do comprimento da peça, pois elas são muito delgadas e amassam com muita facilidade.





Para que tenham volume peças de photoetch tem de ser dobradas, em geral a marca das dobras é indicada por uma linha serrilhada ou em baixo relevo. Veja aqui o novo painel de instrumentos.



Para dobraduras simples como esta podemos usar novamente a régua de alumínio usando o estilete como ferramenta de dobra.







Aqui uma prévia de como vai ficar o painel




Painéis de photoetch em geral são acompanhados por desenhos dos instrumentos feitos em acetato.



O acetato deve ser cortado, colado por trás do painel e ter sua parte de trás pintada com a cor de fundo dos instrumentos, mas isto veremos depois.

Aqui uma comparação inicial entre o painel de instrumentos original do modelo e o do set de photoetch.



Para dobraduras um pouco mais complexas existem ferramentas especiais, mas que custam os olhos da cara.

http://www.ares-server.com/Ares/Ares.asp?MerchantID=RET...ype=Product&ID=83682

Eu fiz a minha versão tabajara a partir de uma idéia inicial do Claude explicada aqui

http://www.webkits.com.br/news/templates/news.asp?articleid=239&zoneid=28

Mas ligeiramente melhorada.

Aqui dobrei uma caixa que fica abaixo do painel de instrumentos





Por enquanto é isso, tem mais fotos, mas agora cansei Legal !!!

Ps. Aqui tem um artigo meu de como se dobrar uma esteira em photoetch do mesmo fabricante, e que pode ser interessante para entender um pouco melhor este tipo de acessório, infelizmente está em inglês.


http://www.onthewayuk.com/reviews/PART/partPz4tracksrev.htm