Após a Segunda Guerra, os Estados Unidos e, mais modernamente, a China, para ter acesso rápida à áreas de interesse econômico e militar, recorreram à alternativas logísticas para manter equipamento militar pesado aos alcance das mãos dos seus militares.
Nos anos subsequentes ao fim da guerra, os EUA passaram a manter em diversas bases no Japão, Filipinas e Austrália, grande quantidade de homens, tanques, carros blindados e munições, além de criar portos e instalações de manutenção de águas profundas para seus navios de maior tonelagem, leia-se encouraçados e porta-aviões.
Por esses canais, eles puderam responder rapidamente ao desafio coreano, vietnamita, iraquiano e afegão.
Antecipando a perda de bases nas Filipinas, Japão e Austrália, os EUA criaram a gigantesca base de Diego Garcia em 1971 e, mais recentemente, por Acordo de Defesa Comum, assinado em 1992, receberam uma base aérea de US$1.1 bilhão doada pelo governo do Catar, posicionando ali homens, ao redor de 10.000, e material pesado, em nível de uma brigada blindada. Foi também criado um gigantesco conjunto de armazéns de material e munições em Doha e abertas áreas para exercícios militares combinados, tudo isso na frente do Irã.
A partir desse enclave, em diversas ocasiões, houve o emprego temporário de unidades expedicionárias aéreas americanas para reforçar a cobertura dos porta-aviões americanos no Golfo, bem como voos rotineiros de aviões patrulha.
A China segue, embora mais discretamente, padrão semelhante, mas com outro objetivo em mente.
Ao formar as ilhas da discórdia, criando pontos de atrito com Vietnã, Filipinas, Brunei, Malásia e Taiwan, a China, na verdade, estava botando uma tranca marítima nas suas rotas comerciais e, pelo nível de comprometimento material no pequeno atol, claramente não vai mais sair de lá. Ao mesmo tempo, montava o seu grande porto de águas profundas em Sri Lanka, propiciando, ao assumir a cessão da área por 99 anos, um lugar estratégico para posicionar Grupos de Combate Navais que protegerão suas rotas comerciais através do Índico e Canal de Suez, o que reforçou ainda mais, em 2017, pela criação de uma base aeronaval em Djibuti.
Assim, sabendo-se que o mercado de transporte aéreo militar pesado é muito limitado, justamente por ser militar e exigir aeronaves que existem em número limitado, o que pode se depreender da negativa russa em ceder aviões para transporte da OTAN é mais um jogo de cena do pequeno títere russo que, a semelhança do seu parceiro americano, parecem continuar não entendendo as mudanças pelas quais o mundo está aceleradamente passando...
Quem viver... verá.